sexta-feira, 5 de agosto de 2011

foi em 25 de Julho de 2011.


"Foi pra ser feliz!" – pensou ele ao olhar o despertador desligado. Sim, passava da hora e em pulo ele despertou. É isso que a vida nos faz, nos desperta. Desperta uma vontade soberana de acordar, de alçar vôo, de viver. Pena nem sempre ser assim.
“Alguém me trouxe saudade, aliás, alguém se tornou dono de minha saudade” – falou para si ao observar que sua camisa estava amassada e era a única que poderia usar. Abriu a gaveta, retirou o relógio, um sorriso, e o deixou cair ao lembrar, ou melhor, ao se transportar para outro dia. Era o passado, lá vinha ele assolá-lo. Lembrou de uma manhã preguiçosa em que ficar na cama seria quase que esperar o mundo acabar e nada aconteceria. Havia desejo de coisas boas - em demasia - para que algo de ruim acontecesse. E, sempre acontecia. As perguntas vinham. Ou melhor, os questionamentos. Era tudo a base do: ‘tim-tim-por-tim-tim’. E isso, ao mesmo tempo em que cansava, instigava, parecia combustível para as engrenagens funcionarem, para o barco navegar em toda aquela imensidão desconhecida que era o que estava por vir. Adiar pra quê? Isso é a vida. São esses questionamentos que nos tornam mais maduros, mais preparados e talvez até mais fragilizados para entender determinadas situações e/ou emoções. E não é que não eram?
Vermelho ou violeta, taça ou copos, carpete ou capacho, geladeira, fogão, cama, piano...
Tudo isso vai persistir.
Verdade é que ele trocou quem queria por quem precisava, ou achava que precisava, ou pensava que podia precisar ou reconhece que precisa - não se sabe. São poucas as certezas que ele deseja carregar, talvez que o céu é mesmo azul – assim como o mar e a cor do seu carro.
E sobre o fim, relacionamentos, regras, o que ele tem a dizer?
Quando chegar ao fim, talvez ele volte aqui e diga - talvez.


Rubian Calixto - dedicado.