sexta-feira, 13 de maio de 2011



Se um dia eu tiver você, veremos a aurora se aproximar juntos celebrando a solidão ruir. Ao teu lado quero ouvir – mais uma vez - as palavras do Caio Fernando Abreu proferidas por sua voz apaixonante e, - dessa vez - só pra mim. Quero te ver arrumar o cabelo frente ao espelho e fazer um sinal de positivo através do reflexo. Quero ver você de perto, compreender teus sonhos e contar da minha pressa de viver. Quero te analisar com calma e te abraçar na mesma intensidade para que haja tempo para o mundo desabar. Quero-te entre meus braços e sussurrar no teu ouvido que tudo ficará bem e que esse sou eu te protegendo da solidão. Quero colocar um nariz de palhaço a fim de te fazer abrir esse sorriso lindo e devastador que você tem e te convencer que posso ser teu Pierrot, meu Arlequim. É, eu quero. Quero passar os textos, decorar as falas e até mesmo contracenar junto. Quero cantar Pethit, Jeneci, Gadelha, Tiê e tudo o mais que ainda vamos conhecer. Quero uma balada na lua e preencher o vazio do banco do passageiro. Quero brigar pra mudar a música, tentar chegar ao cinema na hora marcada, sujar as mãos de manteiga e limpar em tua camisa. Quero brincar de águaxfogo, de substituir as palavras e de interpretar personagens. Quero ver-te segurar as taças enquanto procuro o saca-rolha. Quero te gravar CDs, presentear desconhecidos com estórias, dançar no frio da madrugada, ouvir as estrelas falarem junto a nosso silêncio e tomar vinho brindando contigo. Quero me despedir e te ligar um minuto após a partida.
Todavia, antes de tudo isso eu preciso ter você, ai sim posso te mostrar que eu não busco alguém. Desta vez, eu procuro o amor.

Rubian Calixto – dedicado.