quinta-feira, 31 de dezembro de 2009



Demorou até que ele percebesse que o despertador não havia alarmado, aliás, ele nem lembrara que antes de dormir e fazer sua oração de agradecimento diária havia desativado. Já não se fazia necessário acordar junto ao sol e ele demorou a perceber isso. A partir desse dia resolveu inverter as coisas. Baixava compulsivamente temporadas dos seriados que lhe chamavam atenção e varria madrugadas com seus olhos atentos as conversas via messenger. Quando o sol nascia, ele dormia. Uma vez ou outra ele arriscou ficar sem dormir, afinal, era um tempo que ele nunca tivera por isso queria aproveitar o máximo e assim fez.
Seus olhos ficavam cansados, assim como seu corpo que havia sido abandonado pela natação e pela alimentação que vinha tendo. Ele aprendera novos hábitos e os praticava. Assistia, incontrolavelmente filmes pela madrugada que dormia enquanto ele estava lá, atento. Todos saíam para trabalhar e ele só estudava a noite. Vez ou outra desviava o caminho da faculdade, isso quando conseguia vestir-se para ir à aula. Passou a odiar suas roupas, seus tênis e tudo mais que olhava em volta. Em baixo do colchão foi escondida toda sua responsabilidade, junto de fotos que compunha um mural e recados apaixonados, outrora verdadeiros, naquele instante, só palavras em papéis coloridos. Seu quarto estava uma bagunça, assim como sua vida e sua mente. Ele não conseguia se concentrar. Era incrível. Faltou entrevista de emprego, foi estúpido com pessoas que amava e ainda brincou de ser orgulhoso. Não se arrependeu, contudo, agora faria diferente. Usou de alguns corpos e abusou de alguns desejos. Ah, disso ele se arrependeu. Tomou banho de chuva por duas horas seguidas. Deixou o carro destravado com tudo o que lhe restava dentro. Andou na contra mão, foi multado, perdeu sua habilitação. Ele percebeu que havia se enchido de si e perdeu-se dentro dele mesmo. Excedeu todos os limites dos cartões de crédito, brigou com o pai e deixou sua câmera fotográfica empenhada num posto de gasolina, pois não sabia que saíra sem dinheiro. Ele fugia da realidade que não aceitava. Tentou se aproximar de Deus e não conseguiu. Passou dois dias com a mesma roupa e sem dar notícias em casa. Desligou os celulares e os desligava com frequência. Não respondia sms, scraps nem absolutamente nada que o forçasse a falar de si. Algumas pessoas se aproximaram dele e ele permitiu. Seu amor concentrava-se em um peixe e em um cachorro de pelúcia. Ele percebeu que estava perdendo o amor por si. Foi ai que resolveu disseminar isso. Por vezes tomou café com um amigo numa tarde de segunda-feira, arriscava ir ao cinema nas quartas e não dispensava nenhuma espécie de convite que o fizesse sair de casa. Gastava o resto do dinheiro que lhe matinha com gasolina, trident e coca-cola, também comprou livros e filmes. Jamais roupas. Ele passou a detestar shoppings centers e descobriu sua diversão numa praça repleta de eucaliptos numa tarde ensolarada de quinta-feira. Ao meio dia de um dia de feira foi à praia e sentiu-se vivo. Depositou confiança nas pessoas, conheceu algumas e reconheceu outras. Ficou viciado nelas. Hoje ele percebe que a felicidade se esvai na simplicidade e encara isso de modo que o faça transmitir também. Perdeu relógios, roupas, uma correntinha na qual ele amava, emprego, namorada, chinelos e até a vergonha. Ele arriscou ser feliz e conseguiu.
Hoje, ele administra seu tempo, cumpre suas responsabilidades e fala que se as coisas melhorarem o mundo para a fim de aplaudi-lo.
Hoje, ele descobriu que não coleciona pessoa alguma, elas é que fazem questão de tê-lo por perto. E, quer saber? É isso que tem feito seus dias melhores.
E assim ele anuncia, que voltou.

Rubian Calixto – às 12h56 do último dia do ano da minha vida.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009


Enquanto o dia morre lá fora ele opta por entrar na escuridão da solidão que seus olhos refletem no espelho ainda embaçado. Aquele lugar obscuro dentro de si, onde todas suas fichas estão espalhadas pelo chão do apartamento cinza que outrora teve esperança erguida em paredes já não é tão nostálgico. Em meio à escuridão a cinza se evidencia como quem anuncia a que veio.

Já faz um tempo que ele não sabe o que é dormir em sua cama, a propósito, nem essa ele possui, contudo, isso não o impede de sonhar os desejos contidos em sua alma. Vez ou outra ele se pega vivenciando momentos complicados de olhos fechados e sente seu mais profundo sonho até perceber que o sol radiantemente o despertou com seus raios ultrapassando a janela da sala de estar. No sofá, ele permanece inerte até observar onde está e se dá conta de que se trata de um lugar familiar – mas nem tanto. Quando se permite esfregar os olhos e abrir a boca num bocejo preguiçoso é que se dá conta de que seus tímpanos já se sentem que o dia chegou. Algumas vezes, o abraço de um anjo o conforta e o faz acreditar que, mediante as circunstâncias, ainda existe algo de bom, a pureza de um anjo que não exige um "bom dia" nem explicações da noite anterior, apenas um abraço, um único e confortante abraço. E isso, talvez seja o suficiente.

Todos os dias ele pensa no que aconteceu e orgulha-se por ter sobrevivido tal catástrofe e ainda enfatiza que, caso tivesse em suas mãos o domínio dos acontecimentos, permitiria que tudo ocorresse do mesmo jeito. Cada lamentação, cada lágrima, cada bem perdido, cada esforço de esquecimento o faz sentir-se mais forte e confiante.

Ao longo de seus dias ele foi se auto subestimando e tentando ser melhor. Não por mim, nem por uma amiga, família, por ninguém. Na verdade, hoje ele é um hedonista e busca seu prazer. Dança como se ninguém estivesse olhando, canta, sorri, chora, abusa, ousa. Tudo se desencadeou dentro dele. Seus medos e conflitos continuam, porém, são frequentes em suas batalhas diárias. E, ele persiste em obstruí-las.

Diariamente ele sobe aquele vão de escadas, gira a chave que já criou cativeiro em seu bolso, e, com lágrima nos olhos ele vai até o quarto onde não há nada além de cinzas.

Enquanto o sol vai se despedindo do dia atrás dele, ele sorri e cria memórias.

Hoje, ele deixou de acreditar no amanhecer para acreditar em si mesmo.


 

Rubian Calixtodedicado.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

aqui nasce um narrador.





O relógio marcava 15h quando me dei conta de que o dia estava acontecendo. Era um sábado e fagulhas em feixe de luz brincavam de fazer pilastras com um pouco de poeira que havia nos lençóis. Eu abri somente um olho e enxerguei as três latinhas de cerveja que havia tomado antes de dormir assistindo uma comédia romântica. “O que a gente não faz para se divertir?” pensei comigo mesmo e corri até a geladeira antes que encontrasse uma resposta. Havia uma jarra de suco de goiaba, uns 700mL, agora misturado com o que ainda estava no meu estômago. Hesitei em procurar algo para comer, me contentei com o suco. O ‘laptop’ ainda estava ligado e me dei conta que dormi antes que o filme terminasse, por hora pensei em terminá-lo, acabei desistindo e lembrando que teria um compromisso. Era uma festa cujo a temática era uma volta ao tempo, anos 80, mais precisamente. Alguém que nasceu no penúltimo ano da década possivelmente não lembrará o que ocorria naquele tempo - e, quer saber, nem me interessa – por hora somente como ir vestido à festa – afinal, quem fosse caracterizado ganhava uma tal bebida. O ‘google images’ existe para isso. Jamais iria sair de casa com uma bermuda logo abaixo do meu pênis, tipo... uns 11cm mais pra baixo, com minhas pernas de fora e um tênis de jogador de futsal. Optei por um jeans surrado e camiseta rasgada. Assim fiz, rasguei três camisetas, pois, não ia sozinho e sabia que os caras não iam fazer nada para irem caracterizados. Como quase sempre, adivinhei. Ouvia “os meus heróis morreram de overdose; meus inimigos estão no poder...” enquanto devorava uma torta de chocolate branco. Calcei meu ‘allstar’ e fui.
Meus amigos pareciam estar “morgados”, não estavam muito afim de um som exageradamente alto, pessoas descontraídas, excêntricas e muito barulho. Parecia que tinham vindo só para me agradar. Por isso consenti quando resolveram voltar pra casa mais cedo. A grana tava curta e a vontade de ter uma noite louca era excessivamente exorbitante. Encontrei pessoas. Comprei cigarro e tomei três doses no próprio ‘openbar’. Fazia tempo que não sentia essa sensação de liberdade. Não percebi algemas em minhas mãos, nem muito menos uma bola de ferro amarrada aos meus pés, não havia sequer alguém me vigiando – não dessa vez. Olhei em volta... muitas gatinhas, muitas mesmo, contanto, três delas andavam juntas. Denominei o trio como o “que trio,quero trio”. Estavam absurdamente lindas, bem vestidas, uma delas usava luvas, outra algo que remete a onça e a outra, botas. Minha nossa!!!
Eu já via tudo embaçado, já não reconhecia as pessoas e comecei a falar com estranhos. Lembro vagamente de um cara que se aproximou dizendo que eu era sexy. Até tentei lembrar-me do rosto dele depois, tarde demais. Uma morena de olhos claros e ‘jeans’ rasgado dançava na minha frente enquanto o DJ tocava uma música de desenho animado. Numa mão eu tinha um cigarro apagado, na outra, uma latinha de cerveja que ganhara há três minutos. Eu sequei a latinha e automaticamente fui procurar algo para acender meu cigarro. Quando dei por mim, “que trio, quero trio” estava na minha frente. O gelo seco e as luzes me fizeram demorar a captar que elas estavam bem na minha frente e dançando de forma descompassada. Estavam bêbadas? Veio-me a pergunta. Não me interessa, respondi a mim mesmo. Aproximei-me. Vi que uma delas portava um cigarro aceso, arrisquei, pedi emprestado, ela tomou o meu da minha mão e acendeu, em seguida, a mesma o colocou em minha boca, separando os meus lábios e tocando com os dedos na minha barba. Senti sua luva preta tocar o meu rosto. Sorriu-me. Retribui. Fiquei perto delas e de repente me vi num sanduíche humano. Logo em seguida, a de oncinha passou a mão em minha cintura e me puxou para perto dela. Eu estava de costas pra ela e pensei: “vou ser comido agora!” Que nada de fato, a faminta ali era ela. Suas mãos começaram a percorrer meu corpo e só me dei conta de onde ela estava quando a mesma virou e disse olhando-me nos olhos: “quente aqui, né?” Mergulhei no cinza do seu olhar e fiquei extasiado. Voltei ao mundo real quando senti que alguém pisava no meu pé esquerdo. Havia uma bota preta de bico e salto fino tentando perfurar meu pé. Ao olhar pra cima, seu ‘piercing’ refletiu na luz que acabou me deixando mais tonto. Eu a conhecia de algum lugar. Talvez de algum sonho. Olhou-me com ar de desprezo e soltou fumaça em minha direção. Tossi para fazer charme e ela nem se quer pediu desculpas. Aquilo me excitou.
Alguma música tocava quando eu fui surpreendido com toques fortes no meu corpo. Era um toque triplo. Olhei para a morena do ‘jeans’ rasgado e lamentei por ela não estar lá também. Contentei-me com três. Algo mais calmo estava tocando, umas batidas que lembrava cabarés de filmes faroestes. Era, no mínimo, instigante. Eu não sabia como proceder. Entre quatro pessoas não há um meio. E agora? Dançávamos abraçados e apertados, havia uma multidão de pessoas, estava escuro e som muito alto e cada vez mais distante. Nós estávamos saindo de lá sem nos dar conta. De repente, só se vêem quatro cigarros acesos, todos na altura da boca. O escuro pairava ali e um ar sexy passou naquele lugar, naquele instante. Havia muito fogo, escorpianos, luz vermelha, conflitos, desejos... as quatro luzes dos cigarros continuavam acesas , só que agora, nenhuma na altura da boca. Por alguns instantes, as bocas estavam todas ocupadas.

Bil Lawrence
– às 06h05 de uma manhã que antecedeu outro dia.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Hoje sem querer eu tomei um gole de mim. Saciei a sede que por vezes havia me tirado o sono, corrompido meus pensamentos e interferido meus sonhos.

Provi. Senti. Criei expectativas. Tomei.

Sem me olhar no espelho eu fui com tudo o que tinha, com as duas notas que estava no meu bolso e um de meus celulares descarregado. Pena não dizer o mesmo da minha cabeça, lástima não dizer o mesmo de minh'alma.

Eu não sou o mesmo.

Hoje, arriscando, tentando, frustrando-me.

Eu errei a direção, rompi as barreiras do correto, enviei meu anonimato pelo correio para um endereço desconhecido.

De repente, assim, do nada... surge um copo cheio, transbordando.

Afeto, ódio, amor, desgraça, gana, grana, a falta, a sobra, moda, drogas, contas, dinheiro, dívidas, amores, dores, paixões, beijos, homens, mulheres, solidão, mundo, paz, música, confusão...

De repente, assim, do nada... surge um liquidificador, agitado.

Carinho, atenção, despertar, dormir, preguiça, coragem, monotonia, medo, ironia, orgulho, compaixão, desejo, superação, sexo, amor, falta de amor, mais confusão, mais confusão, mais confusão...

De repente um copo, cheio, pronto para ser saciado.

Hoje eu tomei um gole de mim e conclui.

Eu não sou o mesmo.

Sou amargo.


 

Rubian Calixto
– às 20h52 de uma quarta-feira bem imprevisível, com direito a tatuagem e pizza de chocolate.

domingo, 4 de outubro de 2009

experimenta, experiência!

Acredito no individualismo, na capacidade de cada um, acredito inclusive, no inacreditável. Hoje revejo fotos, relembro fatos e me enclausuro numa dissipação despercebida que perpassa minha mente de modo que eu não enxergue toda essa confusão inventada. Noto que valores, costumes e crenças já não seguem tanto à risca o seu roteiro. Tudo é muito novo, ou tudo ainda não ficou muito velho. Percebo que o tempo realmente tem o poder de nos fazer prisioneiros, assim como libertos daqueles que se arriscam numa nova experiência ou até mesmo repetir outra que, outrora fora frustrada. É assim que a vida funciona, de recomeços, batalhas e vitórias. Nada é tão fácil que venha assim,de 'mão beijada' sem ao menos um 'obrigado'. Mediante tudo isso, algumas pessoas usam seus erros em favor dos outros, só que, deste modo, o intuito é outro. Não é um novo acerto e sim um próximo erro. E assim vai levando. Coloca-se numa posição 'coitadinho que já viveu de tudo' e segue a risca seu plano, ou melhor, seu jogo. Usa das mais absurdas façanhas, de medos do passado, traumas posteriores e até mesmo sofrimento antecipado. Tenho pra mim que ser inconstante não se trata de um defeito, o fato de ser leviano e querer tudo ou nada simultaneamente não é tão paradoxal assim. Ou é.

Assim como acredito em tudo, descarto todas as coisas que me levam ao nada. Desfaço-me de planos, de imagens e mergulho sem pudor. Arriscar-se é realmente surpreendente e gera experiências, daí, são com elas que nos transformamos em pessoas melhores. Ou não.

Ser experiente não está em ir para cama com tudo que tenha vida, viajar o mundo inteiro, cantar num palco de bordel ou correr pelado por um lugar desconhecido. Isso é no mínimo previsível e até clichê. Experiência é a bagagem que você carrega em si e também aquela que você sai disseminando para todos que passam por você, pela sua vida, pelo seu cotidiano, que sentam ao seu lado dentro do transporte coletivo, que te dão 'bom dia' na fila do banco ou qualquer outra atitude que gere gentileza. Como por exemplo, duas madrugadas consecutivas de conversas, risadas e uma troca de experiências – essas, nem tão incomum assim - com uma pessoa que até então só se ouvia especulações. Ser experiente é exatamente isso, é liberar, divulgar e transcender a pontos desconhecidos.

Poderia numerar as pessoas que conheço que já passaram por muita dificuldade, tiveram que usar seu próprio corpo para se auto-promover,fugir de problemas achando ser a melhor solução, terminar relacionamentos, 'entrar numa fria' e/ou até mesmo brigar pelo que acha correto, mesmo sabendo que não está. É nessa hora que devemos ser flexíveis e sentir que tudo nessa vida vai passar, cedo ou tarde, isso não importa, vai passar. E lá na frente, tudo o que vai te restar é um saco de memórias, nele estará contida toda uma história, uma vida, marcas, um passado, amores e dores. Ouse ser experiente, não ache simplesmente que é. Sinta. Ou então, permita-se. E esteja pronto para um recomeço, afinal, não deixa de ser uma experiência.

Perceba que todos os dias haverá um novo motivo pra sorrir ou chorar, você ficará feliz, haverá momentos nostálgicos, enfim, será assim até o último dia de sua vida. Um acúmulo

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Rubian Calixtoàs 6h54 de um domingo que trouxe consigo muita coisa boa. Inclusive, sono e minha carteira de habilitação que estava perdida há quase uma semana. o/

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

— E você, por que desvia o olhar?


Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos, certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantado num desses abismos, dentro dos seus olhos.

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Rubian Calixtoàs 16h51 saindo para pedalar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Confesso que demorou para que eu percebesse que não havia ninguém ao meu lado assim que acordei.

Olhei-me no espelho e não vi ninguém além de mim.

Desafiei-me a levantar, o fiz.

O dia já era meio e não havia mais ninguém em casa. Eu e minha companhia, somente.

Blacky parecia estar eufórico, brincava desnorteadamente com as pedrinhas, como se quisesse casá-las. Azuis com azuis, brancas com brancas. Vez ou outra ele sobe e respira um pouco.

Eu gosto de observá-lo. Ele sente.

Jefferson Paiva me deu quarenta minutos de sermão grátis via messenger.

Fritei nuggts e os comi com arroz d'leite.

Vesti-me como um nerd emo estudante e fui.

Débora Nóbrega está com uma intoxicação, alergia, não sei... contudo, a pele dela está irritada.

Conversei sobre planos futuros, carreira e emprego com a diretora de onde estudei por todo o ensino médio.

Eu e Carol conversamos sobre a vida alheia, ou seja, sobre a irmã dela.

Revi conhecidos.

Fiquei no prego até Fausto ter mostrado a atitude mais burra do mundo e ter ido me salvar.

Vi Leilane só de roupão de banho e toalha na cabeça e achei incrível como ela consegue ser bonita do mesmo jeito.

Eu sorri para um desconhecido. Ele retribuiu.

Juão terminou o namoro.

Apaia encontrava-se vulnerável.

Eu precisava conversar.

Fui pra faculdade.

Kynha resolveu aparecer depois de 08 dias de atestado falsificado e com mil novidades.

Flávio não foi, logo, ainda não recebi o pagamento pela venda da minha prancha de surf.

A professora entra na sala e diz que vai passar toda a outra semana substituindo um professor que precisará se ausentar.

Ouvindo isso, antes da aula terminar me retiro de sala.

Thayane me liga e me convida para ir ao shopping.

Eu recuso. Apesar de querer muito.

Eu, Apaia, Juão e Pri fomos chupar dindin, quase tivemos uma overdose.

Eu recebi uma ligação.

Eu, Apaia e Juão conversamos, conversamos, conversamos.

Eu recebi outra ligação.

Cheguei em casa e Fausto diz que eu não dou valor ao irmão que tenho, pura chantagem emocional.

Estou há dois dias sem ver minha mãe.

Tomei banho, escovei os dentes.

Procurei um cigarro e não encontrei.

Tô indo dormir.

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Rubian Calixtoàs 01h50 de uma quinta-feira que já virou sexta. =\


 

terça-feira, 8 de setembro de 2009



As circunstâncias me fazem reparar sentidos. Os sentidos me escondem. O esconderijo alguém conheceu. Ainda é um esconderijo? O medo chegou e parece estar comigo a todo instante, deita ao meu lado na cama, brinca com meus pés e puxa meu lençol. Ele me olha pelo retrovisor, mesmo estando no banco do passageiro, enquanto dirijo. Vez ou outra resolve aparecer no meu celular. É uma espécie de sirene. O medo adora me fazer de vítima, me sinto um brinquedo, acendo a luz do quarto e apago minhas lembranças antepassadas. À noite trás consigo o barulho do silêncio. Há certo desespero em minh'alma. O que te trouxe aqui? O que te trouxe a mim? Vou a um shopping Center, procuro nas lojas, só encontro perguntas. Só perguntas. E, por puro consumismo, compro todas elas. Não, eu não consigo ser tão intrépido assim. "você está no meu radar", é tudo o que eu ouço. Sinto uma turbulência mútua. Novidades, erros, decepções, vontades... o que se pode esperar? O que não se pode? Atenuar? Foi pra isso que vim? E se eu agravar?

Sou um boneco, valete de ouro, o encosto para seu sono, sou o rei de espada, um travesseiro, um amuleto,um amigo, sou um objeto ou simplesmente seu desejo?

Faz favor,deixa isso claro pra mim.Como você disse: gosto de margens bem definidas.

Dormirei com motivos para acordar feliz, um pensamento tênue passou por aqui.

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Rubian Calixtoàs 01h40 de uma (já) quarta-feira depois de ler "pega um 'superbond' do tamanho do mundo e gruda na minha mão, só isso."

quinta-feira, 3 de setembro de 2009


Acordei com um saldo devedor de sono, pois, na noite anterior havia dormido pouco, coloquei um filme que já faz anos que ta comigo. Esperei chegar até onze minutos e caí não apenas no sono, mas sim, em uma das melhores noites bem dormidas. Ultimamente venho tendo muito trabalho e o tempo ta passando tão rápido que eu nem sinto. São velhas novidades diárias que com o passar do tempo já nem serão novidades – ou não. Quando olhei para a janela vi minhas miniaturas da "Ferrari" todas empoeiradas. Fazia tempo que não olhava para elas. Lá estava minha F430 Spider 2005, minha preferida. Por hora, me imaginei dentro dela, sozinho lá em Leadbetter Beach ,Santa Bárbara, fazia um sol torrente, eu usava um chapéu e comia uvas enquanto dirigia ouvindo 'last nigth' do The Strokes, teria chegado até o 'pier' que era meu destino, caso ela não tivesse aparecido na janela e gritado: bom dia príncipe. Eu acordei. Mamãe adora fazer isso.

Pulei da cama e fui direto para o banho, olhei para o relógio e me senti feliz por acordar antes que o dia ficasse meio. Ele ainda estava inteiro e havia nascido para mim. Tomei um café bem reforçado, mesmo tendo esquecido as batatas que Vovó me mandou. Fui tentar resolver algumas coisas, frustrei e acabei raspando meu cabelo, sozinho.Voltei pra cama, uma navegada pela 'interneta' e fui para os estudos. O dia já era meio.

Entre números e inúmeras definições para eficiência, eficácia e efetividade. Eis que meu celular toca. Olho para o número, desconhecido. Me pergunto se é a mesma pessoa que me ligou por vezes ontem e só falava: RONALDO. Não atendi. Votei para minha calculadora científica e conceitos da economia. karma police do Radiohead começa a tocar, daí eu percebo que se tratava do meu celular. Ele tocava novamente.

Desde de o último episódio da nossa história, eu resolvi deixar tudo isso de lado. Nada de extras ou expansões no menu. Nada de envolver outras pessoas ou procurar um novo método de reaver tudo. Agora era cada um por si. Magoei-me ao ligar para ela e simplesmente ter sido ignorado. Detesto isso. Até pensei em ligar por diversas vezes, contudo, hesitei e me contive. Eu não sabia o que estava acontecendo, aliás, até agora eu não sei. Ela só se fez de louca e disse que eu liguei errado. Eu sei que ela sabe quem ligou naquela noite.

"for a minute i lost my self"... estava tocando, me perguntei se ainda era com um número desconhecido. Eu já estava desnorteado, não só pela minha curiosidade, como também pelas análises de investimentos nas quais eu fazia no momento. Eu perdi meu celular, apenas o ouvia tocar. Ele havia se perdido em meio à bagunça que estava minha cama, com tantos papéis, números, fórmulas, porcentagens e o que é ou não é viável...

O encontrei, era ela.

Resolvi atender.

Uma voz triste e aparentemente desconhecida estava do outro lado. E só falou: " - hoje pela manhã o pai dela cometeu suicídio e ela só quer ver você."

Vesti uma camisa e fui até lá.

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Rubian Calixto – às 17h50 de uma quinta-feira, que para mim, mais parece uma segunda gélida e nublada.

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Certa vez li em um blog da vida, que as mulheres criam em nós, homens, um sentimento extremamente paternalista. É como se nós, fossemos uma espécie de segundo pai para elas. Elas anseiam uma vida instável, querem sentir-se seguras e mais, planejar em curto prazo e até médio o seu destino. Mulheres nunca gostam de longo prazo. Não pra essas coisas.

Após divagar meus pensamentos, quero deixar bem exposto que eu concordo com essa máxima. Já namorei algumas vezes e todos os meus relacionamentos foram duradouros, apesar de infinitas controvérsias, desentendimentos em larga escala e afins. Porém sempre acreditei no amor, mesmo sem saber o que é amar ou se já amei, contudo, esse sentimento paternalista sempre coube em mim, é incrível. Apesar de possuir uma imagem física extremamente adolescente ( eu acho ), sempre sou confundido, sempre me dão anos a mais do que eu tenho ou até mesmo do que eu possa parecer, só que, isso nunca foi um problema para mim. Meu único problema é ser autoritário demais. Aliás, esse é um dos meus inúmeros. Postergar as coisas também e venho fazendo isso constantemente.

Fica assim, subentendido.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

um suor que não congela desejo.

Durante minha pré e adolescência era ela que não saia da minha mente, dos meus sonhos e desejos. Alguém que eu levava para a cama comigo, todos os dias e imaginava ela ali, fisicamente. Só que, eu sempre só imaginei. É incrível o dom que eu tenho de se apaixonar pela garota mais desejada da escola, a mais cobiçada pela turma de amigos e até mesmo a mais bonita. O nome dela por si entrega. Ela não é comum. Não, ela não era. Lembro-me perfeitamente cada detalhe, cada carta que escrevi, cartão que enviei e presentinhos que dei. Eu era um bobão apaixonado. Um magrelo tentando conquistar agostosona. Até hoje me pergunto como consegui tal façanha, um beijo. E assim foi por algum tempo. Um amor, consideravelmente platônico. Até que o destino nos separou. Perdi todo o contato, telefone, esqueci onde ela morava e fui viver minha vida. Ela não fez diferente, vivendo a dela. E assim foi, por um bom tempo. Os anos iam se passando e na minha memória tola, as lembranças persistiam. Eu me desafiei a amar. Amar além dela, além do que foi com ela. Sim, eu a amei. E sofri por isso. O tempo continuava passando. Entre namoros e rolos eu a encontrei. Ela estava casada – e muito bem casada. Já dividia vida financeira e tudo mais. Eu nada senti. Não era plano estar casado aos vinte e um anos de idade. Sim, ela era mais velha que eu um ano. E estava casada. Quando soube disso, eu estava partindo de um relacionamento para outro. Confesso que fiquei atordoado, porém, tranqüilo. Não era eu que estava casado. Me perguntei por vezes se para ela a vida havia se encerrado ali. Contive-me a perguntá-la. Vivia numa casa simples, ganhara um carro do esposo. Trabalhava e malhava. Não, ela não estudava. Concluiu o ensino médio e ponto. Eu era um universitário, trabalhava, já tinha meu próprio carro e namorava. E ela não sabia nada disso, já eu... sabia sobre ela.

Eis que a internet ou o destino resolve nos unir. Alguém me adiciona no Orkut, alguém sem amigos, sem fotos, só com um apelido... aquele que eu coloquei, no qual nunca vou esquecer. Ela era. Qual era sua real intenção? Me atormentar? Conversar? Ou só me deixar confuso?Me mantive contido e não demonstrei felicidade alguma, apenas, surpresa. Pois, já havia vasculhado muito a procurando. Sim, eu queria um contato. Não sei bem o ‘porquê’, mas queria. Enfim, a gente se falava via msn nas escondidas. Sempre no horário de almoço. Marcamos por vezes de almoçar juntos e escondidos. Nunca deu certo. Tudo bem. Ela era casada, eu tinha namorada. O tempo foi passando e nosso contato ficando cada vez mais escasso, até que acabou. Tudo bem. Eis que, um belo sábado tudo muda. Estou eu onlinequando Ela entra e só me faz uma pergunta. “você vai a tal lugar hoje?” eu disse que sim. Ela disse: ok, nos encontramos lá.”

Eu me tremi e me excitei ao mesmo tempo. Como, depois de tanto tempo ela podia me causar isso? Não procurei resposta. Torci para que as horas passassem depressa. Depois me perguntei como eu ia encontrá-la, em um show – e muito esperado por sinal. Logo, haveria muita gente. E assim foi.

Cheguei lá na frente, acompanhado de amigos e doses já entrei fora de mim. Não fazia uma hora que estava dentro daquele lugar e meu pensamento só ia até uma pessoa, ela. De repente, eis que alguém puxa meu braço. Lembrava vagamente da fisionomia dele. Caraca, como ele havia crescido. Quando o conheci, era um moleque, hoje mais alto que eu e um tribal no braço. Ele só disse assim: minha irmã há tempo que procura você. Eu só disse: me leve até ela.

Ela vestia uma blusa vermelha amarrada no pescoço, que, desatado aquele nó, nada mais restava ali a não ser m shorts branco, curtinho e um sapato alto. Suas pernas estavam de fora, lindas e torneadas. Putz, ela continuava a mesma, só que mais gostosa. Não resisti e a convidei para dançar, daí então a conversa surge. Eu estava tonto, sabia o que estava fazendo só não sabia se realmente queria. Não hesitei e beije. Depois disso, ela me falou que há três semanas havia separado, mas estava feliz. Eu me senti um objeto e gostei disso. Passamos o tempo todo grudados. Ela me perguntou com quem eu estava. Falei que estava com ela. Convidei-a para voltar comigo, ela disse que não podia, pois, estava com as primas e precisava voltar com elas. Fiquei no desejo e voltei pra casa, sozinho e desesperado.

Dias se passaram e isso caiu no esquecimento, até que uma ligação vai lá e levanta tudo. Tudo mesmo. “ Quero ver você”. Eu não pude acreditar que alguém que me fez sofrer por tanto tempo estava me pedindo isso. Aceitei o convite e furei. Ela me ligou novamente, não atendi.

Mais dias se passaram até que eu resolvo ligar. “Não vou para faculdade hoje, ta afim de ver um filme comigo?” Por vezes nós saímos juntos, fomos à praia,tudo isso silenciosamente e anonimamente. Certa vez, dentro do carro numa de nossas conversas, inevitavelmente, falávamos sobre o passado e tudo que vivemos juntos. Falei que éramos duas crianças. Ela me interrompeu, fitou-me e disse: “continuo criança, só que meus brinquedos mudaram.”

Fizemos sexo no aperto do carro, no banco de trás no sereno da madrugada de uma segunda-feira. Com ela eu me permiti, não hesitei em sexo hora alguma. Eu via satisfação no rosto dela, a cada gota de suor que caia sobre meu peito e me fazia olhar pra cima. Era um suor que não conseguia gelar meu desejo. Minhas costas estavam arranhadas de prazer.E isso só me atiçava e me amedrontava simultaneamente.

Passei a evitá-la. Eu já não conseguia controlar tal situação. Ela me ligava, mandava torpedos e eu os apagava, não a atendia. Assim foi por algum tempo até que ela resolveu desistir – eu acho. Dois meses se passaram, meu namoro acabou. Talvez ela nem saiba.

Ontem eu não pensei antes de pegar meu celular e discar. Chamou uma, duas, três, quatro vezes...na quinta, ela atendeu. Esperou que eu dissesse ‘alô’ e respondeu um: ‘ eu acho que você ligou errado.’ Não tornei a ligar. Pensei várias coisas, entre elas, não só que ela possa estar casada, entretanto, para ela, eu posso ser só mais um cafajeste que depois de um copo, sal e limão... não sabe se controlar.

Rubian Calixto às 17.16h de uma terça feira intrigante de chuva, calor e um pouco de dor de cabeça.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Incrível seria não escrever tudo o que me aconteceu nos últimos tempos. Já que abandonei alguns amigos, tenho me contido em minhas conversas e já nem divido planos com alguém... ainda há um blog que gosto muito e que venho de vez em quando afogar meus sentimentos, chorar minhas dores e curar minhas febres. Confesso que por vezes pensei em abandonar essa vida “internáutica”, contudo, vejo que é um mal necessário. E, continuarei, ouras!

Nesses últimos dias muitas coisas aconteceram. Muitas mesmo. Passaria horas relatando aqui, contudo, não se faz necessário. Só posso dizer que me senti tão feliz na última quinta-feira , quando fui ao médico com o meu avô e ele colocou a prótese da perna. Nossa, vê-lo ‘andar’ novamente foi emocionante. Há três anos, Vovô submeteu-se a uma cirurgia, a qual teve que amputar o pé direito, por conseqüência, passou a ser amigo íntimo de uma cadeira de rodas. A mesma já havia passado do prazo de validade, porém, Ele queria a prótese e não uma nova cadeira. Assim aconteceu. Só eu e ele no carro. Quando sou ‘motorista’ do Vovô, sou o mais cauteloso possível, sei o quão ele é crítico e particularmente, detesto ser alvo de suas críticas. A ida e a volta foram tranqüilas, e, nada de ligar o som, de jeito nenhum, nada pode atrapalhar nossas conversas. Falamos sobre economia, agricultura, tecnologia e – claro, sua prótese, ao qual veio reclamando o caminho todo. “- ela pesa uns 30Kgs, oh troço pesado!” – reclamava ele o tempo todo.

Eu só fazia sorrir, não havia nada que me fizesse desacreditar na felicidade que Vovô estava sentindo. Só que, ele como sempre, mega discreto e até mesmo orgulho. Ele queria agir como se fosse indiferente, mas, eu sei que não. Meu convívio mútuo com Vovô é desde os meus cinco anos de idade, eu acho. Lembro o tempo em que passamos juntos. Morei com meus avós por uns quatro a cinco anos, em média. Enfim, em minhas memórias sempre vem o quão ele é valente, determinado e auto-suficiente (nisso não há como negar que somos neto e avô). As lembranças são intensas e chegam a encharcar meus olhos ao lembrar algumas. Tenho certeza que muita coisa Vovô guarda na memória remota dele. Talvez minhas primeiras palavras, meus primeiros passos, minhas travessuras – as quais o tiravam do sério, ou até mesmo a vez em que o apavorei - no meu principal acidente até hoje, onde carrego uma cicatriz. Bem, o que importa é que ele esteve comigo. E, hoje, fui eu que o vi dar os primeiros passos com sua perna de 2Kgs ( a qual ele diz pesar 30. Rs!) Eu torço e muito para que ele volte a ser o mesmo que sempre foi, sendo orgulho pra mim,e,além disso, um espelho ao qual eu desejo refletir.

Rubian Calixto às 15.45h de uma terça-feira preguiçosa.

terça-feira, 4 de agosto de 2009



“ - da próxima vez que for escrever, pensa em mim.”Acho que era a primeira vez que alguém me pedia isso. Já tive pedidos de “escreve pra mim” ,porém, o pedido dela, ninguém havia feito.Mas, me pego a pensar... o que eu vou escrever? O que se pode escrever para alguém que só viu uma única vez?

Eu procuro a resposta.

Ela é uma garota que está amadurecendo, não sei se da forma que deve ser – se é que existe uma forma pré estabelecida para isso, contudo, ela parece saber o que quer. Suas palavras, indagações, as fotos que tira e as encrencas que se mete entregam isso. Ela parece prometer muito, não somente pra si, todavia, para quem a cerca. Não, ela não é daquelas que é cercada por uma multidão. Deve conseguir contar suas amigas com uma única mão – ou não. Eu pouco sei sobre ela.

Olhando bem para uma foto sua – esta, poucas pessoas conhecem, por uma de suas encrencas ela caiu na net, eu percebo o quão ela é linda. Ela tem uma pele simplesmente suave e macia como pêssegos ainda prestes a ser colhidos. Eu me recordo da vez que nos tocamos. Ela ainda estava um pouco molhada, havia passado o dia na piscina, não sei. Estava apressada, alguém a esperava. Quem? Nunca tive coragem de perguntar. Nossas conversas são raras e limitadas, nossos cumprimentos são diários. E, quando a gente se pega pra conversar sempre rola um desabafo. Além de tudo, somos confidentes. Ela parece ter as palavras certas e me faz acreditar em mim mesmo. Eu receio – e muito em perguntar. Gostaria de saber qual creme ela passou antes de deitar e a cor da sua calcinha, se é que há alguma por baixo de seu baby doll( se é que há este) qual seu filme preferido e o que ela gosta de fazer quando está sozinha.Eu a imagino de mini saia e blusinha vindo me visitar, ou até mesmo cruzando com ela num supermercado e vê-la vestida assim.Ás vezes dá vontade de ligar para ela só pra ouvir sua voz e desejar uma boa noite. Ela não sabe, mas já tive sonhos com ela. Bem safados, por sinal.O que eu sei é o que talvez ela também não saiba. Se existe essa mulher dentro dessa menina.Ou se é somente uma menina tentando ser mulher.

A única coisa que realmente me importa é se ela é real ou apenas fruto de minha imaginação, só.

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Rubian Calixto – às 00.47h numa madrugada de 4ª feira, bem imaginária.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

do gosto ao desgosto.

Eu não sei gritar. Não consigo aprender química nem exercer meu lado esquerdo do corpo – é como se o mesmo fosse deficiente. Não perco a calma facilmente, mas saia de perto quando eu estiver irritado. Sinto uma azia terrível e evito ir ao médico para não descobrir uma possível gastrite. Cuido bem do que é meu e às vezes pareço ser bem fútil. Até sou. Gosto de me vestir bem, comprar relógios... apesar de chegar sempre atrasado. Algumas pessoas dizem que sou charmoso e isso faz parte do meu charme. Gosto de me perfumar e mais ainda de sentir meu cheiro. Não permito que meu lençol seja lavado sem minha autorização. Só saio de casa se estiver passado. Detesto camisa amassada. Travo o carro e checo algumas vezes para ter certeza que ele está fechado. O mesmo funciona com a porta do meu quarto. Meu ‘laptop’ só eu uso, porém, existe uma senha. Sou inevitavelmente desconfiado, não confio muito na minha sombra, geralmente ela me atrapalha. Nunca sonhei voando. E já sonhei com toda minha família sendo frita em uma máquina de churros gigante. Detesto Cerveja. Gosto de música. Alta, então, altera os meus sentidos. Nem sempre digo não. Mas quando digo, digo com ênfase. Sou transparente e isso incomoda muita gente. O que me incomoda: falta de educação. Ah, isso eu não tolero. Assim como erros de gramática e gente que tenta falar difícil sem ao menos saber conjugar verbo. Ouvir um ‘pra mim fazer’ distorce minha face e automaticamente mostro indignidade. Detesto praticar esportes, contudo, sonho em pular bang jump. Gosto de tomar banho. Seco a caixa se deixarem. Eu cuido do meio ambiente mesmo desacreditando no tal aquecimento global. Dê-me livros de presente, jamais roupas. Solte-me na praia numa 2ª feira e verás um sorriso singelo – como o de uma criança que ganha um doce. Gosto de viajar. Embora tenha feito isso poucas vezes. Adoro espirrar.Tenho a avó mais linda do mundo e a mãe mais amada – sem sombra de dúvida. Sou chato na hora de comer e já tentei ‘trocentas’ vezes mudar meu hábito alimentar, frustrei-me. Um ‘bigmac’ e uma coca-cola, por favor. Convide-me pra comer sushi ou me leve a um restaurante, meu prato sempre será o mesmo. Não sou cem por cento satisfeito com o meu corpo, porém, jamais me submeteria a cirurgia plástica. Tenho uma cicatriz no meio da cabeça. Gosto de algodão doce, olhar para estrelas, internet. Não sei nem pra onde vai o tal ‘photoshop’. Gosto de ouvir outras línguas e tento aprendê-las. Tenho memória seletiva, portanto, só o imprescindível será lembrado – e olhe lá. Sou escorpiano. Sou sonhador. Leio, escrevo, rasgo, quebro. Sou um desastre.

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Vou aproveitar o espaço e desejar parabéns pra Mica. Você merece e deve ser feliz. E, no que eu puder contribuir para isso, não hesitarei. : )

Rubian Calixto- às 00.35 de uma quinta-feira que acaba de chegar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eu tenho estado no melhor jeito possível de estar mal.


Tudo o que eu mais queria era que hoje fosse ontem. O relógio marca a hora em que eu recebi uma ligação, só que, há um número a menos, em si tratando de data. E eu desperto para minha realidade – essa, não inventada. Sim, hoje não é ontem.

A sensação que eu tenho é de vergonha... não é vergonha de mostrar o que é, o que sente, não se trata de timidez.

É VERGONHA mesmo!

O que eu queria agora é fechar meus olhos e acreditar que eu não vivi tudo isso, que não vou carregar essa lembrança – mesmo que vaga, em minhas costas. Não! Neste momento não tenho forças para isso. Alguém quebre essas correntes, desate estes nós. Eu preciso fugir.

Há um piano dentro de minha cabeça, tão desafinado quanto a minha voz naquele instante, eu só queria não ter subido, não ter entrado, não ter tirado...

Eu preciso acordar, perceber que já foi. O tempo não vai voltar para que eu refaça ou não faça. Só me resta carregar isso. Como eu consegui sorrir depois de tudo isso? Como é que eu, alguém de personalidade marcante e irreverente posso ter me deixado levar?

Era só um sonho, certeza. Err... não tenho tanta certeza assim. Era só um sonho?

Não sei, para isso, preciso acordar... antes disso, eu quero dormir e só.

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Rubian Calixto – às 23.49h de um dia que acaba de terminar pra mim.

terça-feira, 7 de abril de 2009

um tapa que a vida me deu.


Assim que nascemos nosso rosto vai criando linhas de expressões, essas, remetem ao que estamos sentindo e o que estamos vivendo... em circunstância disso nosso rosto fica marcado... quando a gente ri, quando chora... quando faz cara de assustado, surpreso, entediado...
E, essas emoções ...
A primeira queda de bicicleta, o primeiro beijo, a surpresa... as sobrancelhas levantam-se como se quisessem pular,e, nesse descompasso, elas se formam.
Quando se vive um bom momento as gargalhadas surgem, obrigando sua boca a se abrir de forma incontrolável, aonde as vezes, se faz necessário tapar com as mãos. E, nesse intermédio do estar normal e sorrir, elas vão surgindo.
A preocupação é constante, contas a pagar, problemas pessoais, familiares, amorosos... a testa se franze de forma preocupante,e,no pesar do olhar, elas vão se marcando.
É incrível o que o tempo faz, ele muda tudo, ele muda os ares, as dores, ele cura, ele mata... o tempo nos degrada, nos acaba...
Eu peço tanto tempo, sempre gostei dele... depois do último domingo, eu não sei se faço questão de ser seu aliado, eu já não sei. Eu sinto medo, muito medo.
Não sei quanto tempo quero viver, nunca parei para pensar nisso... porém, quero emoções, quero me desprender do tempo, esquecer que ele existe, fazer valer cada minuto vivido, cada hora recompensada, sorrir do nada e chorar de tudo, continuar reclamando, tentando mudar as coisas e, acreditando que tudo pode continuar como estar, mesmo sendo eu, um utópico nesse sentido, sabendo, crendo e vendo o que o tempo faz...
Ele te arrasta, te faz escravo, te obriga a viver, a crescer... o tempo faz você o carrega-lo. É inevitável.
Permita-se, deixe que ele assim faça, deixa o tempo marcar seu rosto, deixa as rugas aparecerem – se preferir, tente disfarça-las, a estética está ai para isso – contudo, não esqueça, cada marca de seu rosto, acompanha uma emoção vivida, seja boa, seja ruim, seja como for, seja emoção.

Rubian Calixtoàs 13.56hs depois de encontrar essa foto.


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Nesse último domingo ( 05/04/09) muitas coisas especiais me aconteceram... alguém muito importante fez aniversário e, eu o parabenizo por ser o que é. Jefferson Paiva, o sucesso te acompanhará, eu acredito!
Contudo, algo do meu domingo me chamou bastante atenção...o Vagalumes mais uma vez se fez presente em um dos atos solidários – desta vez, foi o IV, eu estive presente e pude acompanhar de perto muita coisa. Saí de lá de alma lavada, tomei um tapa na cara da vida.
Só digo uma coisa: são de oportunidades, que tiramos as oportunidades.
Hoje eu me reconheço como um humano, alguém que nasce, cresce e morre.
Pretendo me ocupar, desenhando as rugas que irão me acompanhar daqui pra frente... chegando lá, quero olhar no espelho e lembrar de cada uma, como se eu tivesse no rosto, uma tela, aonde eu mesmo fizesse o meu desenho, traçasse minhas linhas, minhas retas.. configurasse o meu abstrato.
Eu quero agradecer a Deus, somente a ele, por ter me dado vida,e,enquanto eu viver, hei de – ao menos tentar – mudar o mundo, contribuindo, da forma que melhor me convém.

Um forte abraços a todos que aqui passam.
P.s: a senhora da foto trata-se de D. Armelinda, uma das moradoras local, ela? a simpatia configurada em um ser, mulher esperta, guerreira e de olhar que a foto em sí denuncia.

quinta-feira, 26 de março de 2009

devaneio.com



Vez ou outra eu me pego pensando na vida, penso no que eu sou, ou no que já fui...
Porém, prendo meu pensamento no que eu serei.
Hoje eu tenho 20 anos de idade, caminho com uma bolsa de sonhos em um braço, e uma caixa de perguntas no outro...
Pergunto-me tantas coisas, e me faltam respostas.
Percebo o quão são grandes os meus sonhos, e, viajo pensando tê-los realizado.
De que vale sonhar?
Sonhos são desejos contidos na alma...sempre pensei assim.
E planos, o que são?
Por acaso, a percepção do fazer, do ‘tomar uma atitude’, do acontecer?
Ou é somente planejar?
É pré-meditar como será feito?
Eu não sei, não, eu não sei.
O que eu sei é que estou vivendo sem emoções.
Não vivo assumindo riscos, não dirijo mais veloz do que a velocidade permitida, não venho trabalhar de pijama ou só de cueca...
Não tenho um carro que vira lancha... não tenho folgas em dias de semana, nem tenho viagem para marcada no final do mês, não conheço pessoas estranhas, ou danço durante a aula...
Eu tenho uma rotina,e,estou de saco cheio dela.

Ultimamente não tenho olhado para o céu, pois, tenho medo de ver uma estrela cadente e não ter o que pedir.Não que eu esteja realizadíssimo ,não, não isso.
É medo, medo de querer pedir aventura e, em uma dessas, eu acabar me dando mal.
Hoje eu pensei no que o futuro me guarda, como eu serei daqui a alguns anos... como estarei...
Bateu uma saudade da infância e uma tristeza, por perceber que eu não estou sendo o que eu sempre desejei.

quarta-feira, 4 de março de 2009

espere, ou não, em ser (a) colhido.


A medida em que os minutos vão passando, eu me convenço mais do que fui.
E, quando olho para o relógio, vejo a data no calendário, ou me pego nas fotografias antigas, eu vejo o quanto tudo o mudou.
Eu amadureci?
Não se sabe.
O que eu eu sei é que hoje já não guardo mais em mim desejos, hoje eu já não sou tão recatado. Eu falo sem pensar! Antes, eu pensava demais,e,acabava não falando,e, isso me martirizava. Hoje eu falo, grito e até berro!
Hoje eu não tenho medo de perder, apesar de, constantemente me deparar com perdas.
Mas, a vida é feita disso.
O que ganho preenche muito mais.
Eu não me arrependo do que vivi, nem muito menos do que tenho vivido.
Sei o quão valiosa é minha vida e quero aproveitá-la ao máximo, fazendo de mim, um ser aproveitador.
Seja de oportunidades, ou o que for.
Aproveito esse espaço e digo que o que está na minha vida, é porque é para estar.
Não quero esconder o que fui, ou o que vivi, quero apenas, esquecer de como eu vivi.
Dói, saber que acreditei demais, que confiei demais e que apostei demais.
Dói em mim, saber que enquanto eu mudo o mundo, muita gente, não muda o percurso de volta pára o trabalho, não muda o estilo musical, não muda os lugares que frequentam... dói em mim, saber que enquanto eu amadureço, algumas pessoas ficam verdes, a tal ponto de nem serem colhidas.
Não quero do meu lado pessoas verdes, nem muito maduras, à ponto de apodrecer.
Do meu lado, vem quem está disposta à ser colhida do pé, como alguém que é desejado, como uma fruta madura, mas que ainda não caiu, está esperando por alguém, para (a) colhê-la.


Rubian Calixtonuma 4ª feira às 15.50hs de trabalho, frio e dores.
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No mais, o resto é besteira, minha barriga cheia e umas ligas que estão incomodando muito.
Nem acredito que, depois de 08 anos, estou tão perto de retirar esse aparelho. :D

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


Eu a vi de longe. Assim que subi no viaduto eu a vi... ela vinha caminhando, como quem estivesse com uma pressa que pudesse esperar.
Alguém a esperava? Algum compromisso? Ela pretendia chegar em algum lugar?
Ou simplesmente caminhava?
Não sei.
Contudo, ela atraiu minha atenção.
O fluxo de carros era grande, congestionamento...coisa de quem sai cedo de casa para trabalhar. Era o meu caso, estava indo para o escritório e atrasado, como de costume.
Ela usava roupa de malha, tipo, aquelas roupas que usam para ir à academia, correr, essas coisas...
E ela caminhava com pressa e não tanto apressada.
Na cara um sorriso imenso, lindo, radiante...
Ela aparenta ter seus quase 40 anos.
Porém, corria como alguém de 15.
Ela tinha um rosto bonito e muito simpático.
Entretanto, o que mais me chamou atenção fora seu sorriso.
Era contagiante.
E ela, era careca.
Não havia nenhum pêlo em sua cabeça.
Ela era totalmente careca.
Por ter uma mãe cabeleireira, sei o quão é importante para uma mulher ter cabelo.
Seja ele como for, elas sempre dão um jeito...
Mas, ser careca, ou melhor, ficar careca... deve ser um tanto quanto complicado, de fato.
Ela não carregava angústia em seu sorriso, talvez nos olhos.
Talvez.
Eu acelerei e segui em frente...ela também seguiu, passando por mim.
Vai ver ela estava apressada... precisava dar uma notícia a alguém, ou então... algo a esperava.
Quimioterapia, radioterapia... há tantas terapias para quem fica doente hoje em dia...
Algumas dilaceram seus pacientes...e, até os deixam assim, carecas.
Eu só espero que, mesmo com tudo isso, o seu sorriso permaneça.

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Rubian Calixto – às 11h45 de uma sexta-feira ensolarada.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Narciso - ele deveria se chamar.



O 'rei' Roberto Carlos tem uma música chamada "Eu Sou Terrível".
Não sei se...trata-se de uma autoria dele e, muito menos sei se ele realmente é terrível.
Pouco me importa.Aliás, não me importa!

Agora eu sim, eu sou terrível.
Eu sou terrível a ponto de ter medo de mim mesmo. Possível isso? Claro.
Neste instante eu olho para o meu pulso e vejo duas marcas vermelhas acompanhadas de um 'descascado' na pele...
fora uma briga hoje cedo, a qual eu venci.
Sim, eu sou terrível.

Olho para minha roupa... estou com ela, minha camiseta favorita, a qual custou caro,mas, eu a queria muito...
fui à loja, reservei...renovei a reserva... renovei novamente,peguei o dinheiro e comprei.
Sim, eu sou terrível.

Lá fora, alguém me olha como se quisesse me matar e não percebe que eu também o olho,mas, não querendo o matar, e sim, conseguindo.
Eu sou terrível.

Eu tenho um histórico vasto de amores, mal resolvidos, mal dissipados, mal acompanhados, mal vividos... e eu me pergunto se foi amor.
Sofri, chorei, vivi, lamentei, sorrí, beijei, transei, parei de chorar e decidi que não derramaria lágrima por ninguém.
Contudo, guardo debaixo da cama um garrafão de 20 Lts, cheios de lágrimas, essas, não minhas.
Ah! e comecei a encher outro.
Sim, eu sou terrível.

Sou escorpiano, narcisista ( Freud acreditava que algum nível de narcisismo constitui uma parte de todos desde o nascimento - e ainda há quem negue isso, acho incrível, já que Freud explica tudo! [/ironia] ), imprevisível... tenho milhares de defeitos que, pareço escondê-los,mas não, eles estão bem à mostra...mas passam despercebido. E isso fere algumas pessoas. (leia-se pessoas bem próximas à mim).
mesmo assim, ainda sou terrível.

... ainda há quem diga: 'ele se acha'.
e eu só digo: não! eu apenas, sou terrível.

Rubian Calixto - às 12.04hs em uma sexta feira que pede sombra e água, de preferência, ardente.

P.s: hoje eu com a gota. rsrsrs.


terça-feira, 20 de janeiro de 2009


Sentados dentro do carro, já era hora da nossa despedida... ‘N’ do Nando Reis era a trilha sonora.Enquanto eu estava envolvido naquele beijo...Senti pitadas de sal, era um gosto já desconhecido por mim... fazia tempo que não sentia. Não achei estranho, mas, não foi tão normal assim. Eu continuava a beijá-la.As pitadas pareciam líquidas e o gosto do beijo misturava-se ao salgado da lágrima. Sim, ela estava chorando.Só pude enxergar isso quando despertei e abri meus olhos. Ela estava olhando pra mim, seus olhos estavam molhados, eu os enxuguei e beijei-lhe a testa. Ela continuou a chorar.

E eu, fiquei com medo.

Olhei para ela. Ainda havia forças pra me olhar e olhou. Olhou pra mim como se buscasse algo, uma explicação ,talvez. Olhou pra mim, não como de costume, mas de forma diferenciada, de forma, nunca, até então, por mim enxergada. Ela olhava pra mim com amor nos olhos, com desejo, paixão. Ela queria estar ali, o olhar dela a denunciava.Olhei para ela, como quem conforta alguém,e,confortei-a. A recolhi até meus braços e beijei sua testa.

O silêncio.

Por alguns instantes, pensei que nada havia a ser dito, até que me surpreendo com um “ você mexe comigo”.

Eu fiquei mudo.

Mais uma vez, o silêncio.Eu pedi para que ela fechasse os olhos e confiasse em mim, assim fez.Segurei-a pela nuca, tentei não ter tanta força e, consegui. Mas a trouxe até minha boca e sussurrando em sua orelha eu disse: eu sou seu.

Beijei-a com a alma, com fervor, com prazer, com amor.Sim, mais uma vez, ela me surpreendeu e me deixou com cara de bobo,e,como se não bastasse, me provocou.

E agora, eu carrego a certeza de que é com ela que quero estar.

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Pois é... quem diria, eu estou apaixonado!
Tão bom sentir isso novamente, nossa, tão bom.
Hoje foi um dia extraordinário, levei Mamãe até o hospital, já está tudo bem com ela, graças a Deus, só a teimosia que é demaaaais, affz. Eu sei a quem puxo, ah, se sei.
A noite fui à faculdade renovar minha matrícula, deu tudo certo... minhas novas disciplinas são o que há.
Ah, me parece que as aulas só voltam em março... não sei que loucura é essa, Mari que foi ler o comprovante de renovação e descobriu isso,e,claro, adorou.
Pensou ela que teria um namorado somente durante as férias, depois disso, tchau, i have to go now. (valha) rsrsrsrs.
Enfim, saí a noite, e foi tãaao, mas tãaao bom.
Eu, Mari, Gugão e Carol, ah... como eu torço para que esse casal dê certo e espero que dê.
Deus sabe todas as coisas, por isso entregamos tudo a ele.
Bem, é isso.

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Rubian Calixto – às 01h25 de uma madrugada de quarta feira, bem intrigante.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

gotas de nostalgia acompanhada de água.


Foi interessante a forma como eu acordei hoje.
Era como se eu tivesse dormido por horas e sanado todo o meu sono e estive apenas ‘disfarçando’ um sono inexistente.
Eu sonhei durante toda noite,
Ela batia lentamente na minha janela, era um ‘tilintar’ que eu já desconhecia.
Aos poucos o barulho foi aumentando e resolvi por olhar pela janela... lá estava ela, gota por gota, transparente e gélida.
Era tão lindo o som que emitia, pareciam notas musicais de uma sinfonia.
Por hora, pensei que fosse o sino mensageiro que fica na entrada do jardim, só que não, era ela.
Fazia tempo que não dava as caras e ultimamente eu vinha reclamando por isso.
Espiei as plantas do meu jardim, elas estavam felizes e balançavam, como se festejassem a sua chegada.
Olhei para o relógio, era hora de levantar.
Black já estava acordado e brincava com as pedrinhas feito uma criança.
Black tem me feito um bem danado – fecha parênteses.
Em direção ao banho eu tropecei numa foto, e, essa me fez lembrar do sonho.
Guardei a foto dentro de um livro, automaticamente, esqueci do que sonhei.
Sentei na minha cama – só de toalha – e fiquei pensando se viria ou não trabalhar.
Eu queria ficar em casa, na companhia dela, tava tão agradável, tão aconchegante. Encolhi-me junto ao edredom e olhei para minhas roupas de frio.
Um jeans escuro, sapato claro, camisa de listras e uma jaqueta super quentinha...
Sem óculos escuros para melhor enxerga-la, assim eu vim, observando-a e admirando o seu poder.
Hoje a chuva me acordou, me trouxe uma sensação de liberdade, de agressividade, me trouxe saudade e me fez relembrar de muito tempo, inclusive da minha infância.
E hoje, espero que a mesma que me acordou, trate de me por para dormir.
Faz tempo que eu não ouço o barulho da chuva antes de dormir.
Faz tem que eu não ouço algo que me faz tão bem.



Rubian Calixtoàs 14.25hs de uma sexta feira, super nublada.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

2000 e (novi)dades, muitas novidades.

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,a que se deu o nome de ano,foi um indivíduo genial.Industrializou a esperança,fazendo-a funcionar no limite da exaustão.Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante,vai ser diferente. "
Carlos Drummond de Andrade
Pois bem, ele chegou.
minha caixa nova chegou.
Ela contém 12 repartições e tenho que usar todas de forma inesquecível.
Mais um ano se inicia e uma nova etapa recomeça...
Já passou o tempo de ver o que valeu a pena, reconhecer erros, coisa e tal...
Agora é a hora de mudar tudo isso, de pôr em prática todos os planos e remar até o objetivo.
Eu (me) desejo saúde, muita mesmo, para assim, poder enfrentar tudo o que há por vir.
Desejo que eu tenha muito amor no coração, mais paciência, mais esperança e menos lúdico.
Desejo que eu não acredite tanto nas pessoas e que eu não venha a me decepcionar com ninguém.
Desejo dinheiro, não muito, mas, o necessário para sobreviver.
Desejo estar cercado pela minha família e por todos a quem eu tenho amor e sinto a recíproca.
Eu quero esse ano para mim e terei, assim desejo.

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Rubian Calixto
às 10.39hs de uma terça-feira, nada insana.