Incrível seria não escrever tudo o que me aconteceu nos últimos tempos. Já que abandonei alguns amigos, tenho me contido em minhas conversas e já nem divido planos com alguém... ainda há um blog que gosto muito e que venho de vez em quando afogar meus sentimentos, chorar minhas dores e curar minhas febres. Confesso que por vezes pensei em abandonar essa vida “internáutica”, contudo, vejo que é um mal necessário. E, continuarei, ouras!
Nesses últimos dias muitas coisas aconteceram. Muitas mesmo. Passaria horas relatando aqui, contudo, não se faz necessário. Só posso dizer que me senti tão feliz na última quinta-feira , quando fui ao médico com o meu avô e ele colocou a prótese da perna. Nossa, vê-lo ‘andar’ novamente foi emocionante. Há três anos, Vovô submeteu-se a uma cirurgia, a qual teve que amputar o pé direito, por conseqüência, passou a ser amigo íntimo de uma cadeira de rodas. A mesma já havia passado do prazo de validade, porém, Ele queria a prótese e não uma nova cadeira. Assim aconteceu. Só eu e ele no carro. Quando sou ‘motorista’ do Vovô, sou o mais cauteloso possível, sei o quão ele é crítico e particularmente, detesto ser alvo de suas críticas. A ida e a volta foram tranqüilas, e, nada de ligar o som, de jeito nenhum, nada pode atrapalhar nossas conversas. Falamos sobre economia, agricultura, tecnologia e – claro, sua prótese, ao qual veio reclamando o caminho todo. “- ela pesa uns 30Kgs, oh troço pesado!” – reclamava ele o tempo todo.
Eu só fazia sorrir, não havia nada que me fizesse desacreditar na felicidade que Vovô estava sentindo. Só que, ele como sempre, mega discreto e até mesmo orgulho. Ele queria agir como se fosse indiferente, mas, eu sei que não. Meu convívio mútuo com Vovô é desde os meus cinco anos de idade, eu acho. Lembro o tempo em que passamos juntos. Morei com meus avós por uns quatro a cinco anos, em média. Enfim, em minhas memórias sempre vem o quão ele é valente, determinado e auto-suficiente (nisso não há como negar que somos neto e avô). As lembranças são intensas e chegam a encharcar meus olhos ao lembrar algumas. Tenho certeza que muita coisa Vovô guarda na memória remota dele. Talvez minhas primeiras palavras, meus primeiros passos, minhas travessuras – as quais o tiravam do sério, ou até mesmo a vez em que o apavorei - no meu principal acidente até hoje, onde carrego uma cicatriz. Bem, o que importa é que ele esteve comigo. E, hoje, fui eu que o vi dar os primeiros passos com sua perna de 2Kgs ( a qual ele diz pesar 30. Rs!) Eu torço e muito para que ele volte a ser o mesmo que sempre foi, sendo orgulho pra mim,e,além disso, um espelho ao qual eu desejo refletir.
Rubian Calixto – às 15.45h de uma terça-feira preguiçosa.
2 comentários:
Own,que fofo!
Adorei o texto :D
Fiquei feliz pelo seu vovô
^^
Beijo Bian!
Oww Ru adoro ler seus textos :] confesso que enquanto vc fala do seu avô, me recordava dos meus... Infelizmente não está aqui. Aproveite o máximo cada minuto ao dele.
p.s: sou sua fã beijos :*
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