quinta-feira, 3 de setembro de 2009


Acordei com um saldo devedor de sono, pois, na noite anterior havia dormido pouco, coloquei um filme que já faz anos que ta comigo. Esperei chegar até onze minutos e caí não apenas no sono, mas sim, em uma das melhores noites bem dormidas. Ultimamente venho tendo muito trabalho e o tempo ta passando tão rápido que eu nem sinto. São velhas novidades diárias que com o passar do tempo já nem serão novidades – ou não. Quando olhei para a janela vi minhas miniaturas da "Ferrari" todas empoeiradas. Fazia tempo que não olhava para elas. Lá estava minha F430 Spider 2005, minha preferida. Por hora, me imaginei dentro dela, sozinho lá em Leadbetter Beach ,Santa Bárbara, fazia um sol torrente, eu usava um chapéu e comia uvas enquanto dirigia ouvindo 'last nigth' do The Strokes, teria chegado até o 'pier' que era meu destino, caso ela não tivesse aparecido na janela e gritado: bom dia príncipe. Eu acordei. Mamãe adora fazer isso.

Pulei da cama e fui direto para o banho, olhei para o relógio e me senti feliz por acordar antes que o dia ficasse meio. Ele ainda estava inteiro e havia nascido para mim. Tomei um café bem reforçado, mesmo tendo esquecido as batatas que Vovó me mandou. Fui tentar resolver algumas coisas, frustrei e acabei raspando meu cabelo, sozinho.Voltei pra cama, uma navegada pela 'interneta' e fui para os estudos. O dia já era meio.

Entre números e inúmeras definições para eficiência, eficácia e efetividade. Eis que meu celular toca. Olho para o número, desconhecido. Me pergunto se é a mesma pessoa que me ligou por vezes ontem e só falava: RONALDO. Não atendi. Votei para minha calculadora científica e conceitos da economia. karma police do Radiohead começa a tocar, daí eu percebo que se tratava do meu celular. Ele tocava novamente.

Desde de o último episódio da nossa história, eu resolvi deixar tudo isso de lado. Nada de extras ou expansões no menu. Nada de envolver outras pessoas ou procurar um novo método de reaver tudo. Agora era cada um por si. Magoei-me ao ligar para ela e simplesmente ter sido ignorado. Detesto isso. Até pensei em ligar por diversas vezes, contudo, hesitei e me contive. Eu não sabia o que estava acontecendo, aliás, até agora eu não sei. Ela só se fez de louca e disse que eu liguei errado. Eu sei que ela sabe quem ligou naquela noite.

"for a minute i lost my self"... estava tocando, me perguntei se ainda era com um número desconhecido. Eu já estava desnorteado, não só pela minha curiosidade, como também pelas análises de investimentos nas quais eu fazia no momento. Eu perdi meu celular, apenas o ouvia tocar. Ele havia se perdido em meio à bagunça que estava minha cama, com tantos papéis, números, fórmulas, porcentagens e o que é ou não é viável...

O encontrei, era ela.

Resolvi atender.

Uma voz triste e aparentemente desconhecida estava do outro lado. E só falou: " - hoje pela manhã o pai dela cometeu suicídio e ela só quer ver você."

Vesti uma camisa e fui até lá.

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Rubian Calixto – às 17h50 de uma quinta-feira, que para mim, mais parece uma segunda gélida e nublada.

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Certa vez li em um blog da vida, que as mulheres criam em nós, homens, um sentimento extremamente paternalista. É como se nós, fossemos uma espécie de segundo pai para elas. Elas anseiam uma vida instável, querem sentir-se seguras e mais, planejar em curto prazo e até médio o seu destino. Mulheres nunca gostam de longo prazo. Não pra essas coisas.

Após divagar meus pensamentos, quero deixar bem exposto que eu concordo com essa máxima. Já namorei algumas vezes e todos os meus relacionamentos foram duradouros, apesar de infinitas controvérsias, desentendimentos em larga escala e afins. Porém sempre acreditei no amor, mesmo sem saber o que é amar ou se já amei, contudo, esse sentimento paternalista sempre coube em mim, é incrível. Apesar de possuir uma imagem física extremamente adolescente ( eu acho ), sempre sou confundido, sempre me dão anos a mais do que eu tenho ou até mesmo do que eu possa parecer, só que, isso nunca foi um problema para mim. Meu único problema é ser autoritário demais. Aliás, esse é um dos meus inúmeros. Postergar as coisas também e venho fazendo isso constantemente.

Fica assim, subentendido.

6 comentários:

@seuslim disse...

Nem tenho o que comentar... me fora moubadas todas as palavras :O

A. Paula disse...

Paternalismo? Não sei. Cumplicidade, quem sabe... Mas isso vindo de uma mulher talvez não seja muito confiável, mesmo ela sendo uma psicóloga, né? ^.^
Beijo!

Teca Fernandes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Teca Fernandes disse...

Paternalismo? Hum ... nem sempre. Acho que procuramos mesmo é um porto seguro.
Deixar pra trás alguns sentimentos é até bom, só não é válido fazer disso um hábito.
Cheiro
:)

Bárbara disse...

Nem sei se sou dessas que planeja para curtos e médios prazos...sou sempre tão longa!
Bom saber que posso ficar mais perto de vc por aqui, mesmo não estando em Natal.

Anônimo disse...

Rapaz, adorei esse texto!
Vou fazer em MAIO dois anos que tenho BLOG e te confesso que nunca li algo tão profundo e intenso como esse teu texto!
Já li mta coisa bacana por aqui, é verdade, mas tão detalhista como o seu creio que não.

Acho q esse tal sentimento paternalista a qual vc se refere vem do homem mesmo. O homem cuida disso, o homem faz aquilo e o homem é responsável por tal coisa.
Ahh, acredito muito na cumplicidade tb e na personalidade de cada um, que muitas vezes proporciona esse tipo de TROCA entre o casal.

Apareci pela primeira vez, andei dando uma olhada nos outros POSTs, vou voltar e tb aguardo uma visita se assim possível for ;)

Grande abraço Rubian '
(é seu nome mesmo?)

=D