terça-feira, 25 de agosto de 2009

um suor que não congela desejo.

Durante minha pré e adolescência era ela que não saia da minha mente, dos meus sonhos e desejos. Alguém que eu levava para a cama comigo, todos os dias e imaginava ela ali, fisicamente. Só que, eu sempre só imaginei. É incrível o dom que eu tenho de se apaixonar pela garota mais desejada da escola, a mais cobiçada pela turma de amigos e até mesmo a mais bonita. O nome dela por si entrega. Ela não é comum. Não, ela não era. Lembro-me perfeitamente cada detalhe, cada carta que escrevi, cartão que enviei e presentinhos que dei. Eu era um bobão apaixonado. Um magrelo tentando conquistar agostosona. Até hoje me pergunto como consegui tal façanha, um beijo. E assim foi por algum tempo. Um amor, consideravelmente platônico. Até que o destino nos separou. Perdi todo o contato, telefone, esqueci onde ela morava e fui viver minha vida. Ela não fez diferente, vivendo a dela. E assim foi, por um bom tempo. Os anos iam se passando e na minha memória tola, as lembranças persistiam. Eu me desafiei a amar. Amar além dela, além do que foi com ela. Sim, eu a amei. E sofri por isso. O tempo continuava passando. Entre namoros e rolos eu a encontrei. Ela estava casada – e muito bem casada. Já dividia vida financeira e tudo mais. Eu nada senti. Não era plano estar casado aos vinte e um anos de idade. Sim, ela era mais velha que eu um ano. E estava casada. Quando soube disso, eu estava partindo de um relacionamento para outro. Confesso que fiquei atordoado, porém, tranqüilo. Não era eu que estava casado. Me perguntei por vezes se para ela a vida havia se encerrado ali. Contive-me a perguntá-la. Vivia numa casa simples, ganhara um carro do esposo. Trabalhava e malhava. Não, ela não estudava. Concluiu o ensino médio e ponto. Eu era um universitário, trabalhava, já tinha meu próprio carro e namorava. E ela não sabia nada disso, já eu... sabia sobre ela.

Eis que a internet ou o destino resolve nos unir. Alguém me adiciona no Orkut, alguém sem amigos, sem fotos, só com um apelido... aquele que eu coloquei, no qual nunca vou esquecer. Ela era. Qual era sua real intenção? Me atormentar? Conversar? Ou só me deixar confuso?Me mantive contido e não demonstrei felicidade alguma, apenas, surpresa. Pois, já havia vasculhado muito a procurando. Sim, eu queria um contato. Não sei bem o ‘porquê’, mas queria. Enfim, a gente se falava via msn nas escondidas. Sempre no horário de almoço. Marcamos por vezes de almoçar juntos e escondidos. Nunca deu certo. Tudo bem. Ela era casada, eu tinha namorada. O tempo foi passando e nosso contato ficando cada vez mais escasso, até que acabou. Tudo bem. Eis que, um belo sábado tudo muda. Estou eu onlinequando Ela entra e só me faz uma pergunta. “você vai a tal lugar hoje?” eu disse que sim. Ela disse: ok, nos encontramos lá.”

Eu me tremi e me excitei ao mesmo tempo. Como, depois de tanto tempo ela podia me causar isso? Não procurei resposta. Torci para que as horas passassem depressa. Depois me perguntei como eu ia encontrá-la, em um show – e muito esperado por sinal. Logo, haveria muita gente. E assim foi.

Cheguei lá na frente, acompanhado de amigos e doses já entrei fora de mim. Não fazia uma hora que estava dentro daquele lugar e meu pensamento só ia até uma pessoa, ela. De repente, eis que alguém puxa meu braço. Lembrava vagamente da fisionomia dele. Caraca, como ele havia crescido. Quando o conheci, era um moleque, hoje mais alto que eu e um tribal no braço. Ele só disse assim: minha irmã há tempo que procura você. Eu só disse: me leve até ela.

Ela vestia uma blusa vermelha amarrada no pescoço, que, desatado aquele nó, nada mais restava ali a não ser m shorts branco, curtinho e um sapato alto. Suas pernas estavam de fora, lindas e torneadas. Putz, ela continuava a mesma, só que mais gostosa. Não resisti e a convidei para dançar, daí então a conversa surge. Eu estava tonto, sabia o que estava fazendo só não sabia se realmente queria. Não hesitei e beije. Depois disso, ela me falou que há três semanas havia separado, mas estava feliz. Eu me senti um objeto e gostei disso. Passamos o tempo todo grudados. Ela me perguntou com quem eu estava. Falei que estava com ela. Convidei-a para voltar comigo, ela disse que não podia, pois, estava com as primas e precisava voltar com elas. Fiquei no desejo e voltei pra casa, sozinho e desesperado.

Dias se passaram e isso caiu no esquecimento, até que uma ligação vai lá e levanta tudo. Tudo mesmo. “ Quero ver você”. Eu não pude acreditar que alguém que me fez sofrer por tanto tempo estava me pedindo isso. Aceitei o convite e furei. Ela me ligou novamente, não atendi.

Mais dias se passaram até que eu resolvo ligar. “Não vou para faculdade hoje, ta afim de ver um filme comigo?” Por vezes nós saímos juntos, fomos à praia,tudo isso silenciosamente e anonimamente. Certa vez, dentro do carro numa de nossas conversas, inevitavelmente, falávamos sobre o passado e tudo que vivemos juntos. Falei que éramos duas crianças. Ela me interrompeu, fitou-me e disse: “continuo criança, só que meus brinquedos mudaram.”

Fizemos sexo no aperto do carro, no banco de trás no sereno da madrugada de uma segunda-feira. Com ela eu me permiti, não hesitei em sexo hora alguma. Eu via satisfação no rosto dela, a cada gota de suor que caia sobre meu peito e me fazia olhar pra cima. Era um suor que não conseguia gelar meu desejo. Minhas costas estavam arranhadas de prazer.E isso só me atiçava e me amedrontava simultaneamente.

Passei a evitá-la. Eu já não conseguia controlar tal situação. Ela me ligava, mandava torpedos e eu os apagava, não a atendia. Assim foi por algum tempo até que ela resolveu desistir – eu acho. Dois meses se passaram, meu namoro acabou. Talvez ela nem saiba.

Ontem eu não pensei antes de pegar meu celular e discar. Chamou uma, duas, três, quatro vezes...na quinta, ela atendeu. Esperou que eu dissesse ‘alô’ e respondeu um: ‘ eu acho que você ligou errado.’ Não tornei a ligar. Pensei várias coisas, entre elas, não só que ela possa estar casada, entretanto, para ela, eu posso ser só mais um cafajeste que depois de um copo, sal e limão... não sabe se controlar.

Rubian Calixto às 17.16h de uma terça feira intrigante de chuva, calor e um pouco de dor de cabeça.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Incrível seria não escrever tudo o que me aconteceu nos últimos tempos. Já que abandonei alguns amigos, tenho me contido em minhas conversas e já nem divido planos com alguém... ainda há um blog que gosto muito e que venho de vez em quando afogar meus sentimentos, chorar minhas dores e curar minhas febres. Confesso que por vezes pensei em abandonar essa vida “internáutica”, contudo, vejo que é um mal necessário. E, continuarei, ouras!

Nesses últimos dias muitas coisas aconteceram. Muitas mesmo. Passaria horas relatando aqui, contudo, não se faz necessário. Só posso dizer que me senti tão feliz na última quinta-feira , quando fui ao médico com o meu avô e ele colocou a prótese da perna. Nossa, vê-lo ‘andar’ novamente foi emocionante. Há três anos, Vovô submeteu-se a uma cirurgia, a qual teve que amputar o pé direito, por conseqüência, passou a ser amigo íntimo de uma cadeira de rodas. A mesma já havia passado do prazo de validade, porém, Ele queria a prótese e não uma nova cadeira. Assim aconteceu. Só eu e ele no carro. Quando sou ‘motorista’ do Vovô, sou o mais cauteloso possível, sei o quão ele é crítico e particularmente, detesto ser alvo de suas críticas. A ida e a volta foram tranqüilas, e, nada de ligar o som, de jeito nenhum, nada pode atrapalhar nossas conversas. Falamos sobre economia, agricultura, tecnologia e – claro, sua prótese, ao qual veio reclamando o caminho todo. “- ela pesa uns 30Kgs, oh troço pesado!” – reclamava ele o tempo todo.

Eu só fazia sorrir, não havia nada que me fizesse desacreditar na felicidade que Vovô estava sentindo. Só que, ele como sempre, mega discreto e até mesmo orgulho. Ele queria agir como se fosse indiferente, mas, eu sei que não. Meu convívio mútuo com Vovô é desde os meus cinco anos de idade, eu acho. Lembro o tempo em que passamos juntos. Morei com meus avós por uns quatro a cinco anos, em média. Enfim, em minhas memórias sempre vem o quão ele é valente, determinado e auto-suficiente (nisso não há como negar que somos neto e avô). As lembranças são intensas e chegam a encharcar meus olhos ao lembrar algumas. Tenho certeza que muita coisa Vovô guarda na memória remota dele. Talvez minhas primeiras palavras, meus primeiros passos, minhas travessuras – as quais o tiravam do sério, ou até mesmo a vez em que o apavorei - no meu principal acidente até hoje, onde carrego uma cicatriz. Bem, o que importa é que ele esteve comigo. E, hoje, fui eu que o vi dar os primeiros passos com sua perna de 2Kgs ( a qual ele diz pesar 30. Rs!) Eu torço e muito para que ele volte a ser o mesmo que sempre foi, sendo orgulho pra mim,e,além disso, um espelho ao qual eu desejo refletir.

Rubian Calixto às 15.45h de uma terça-feira preguiçosa.

terça-feira, 4 de agosto de 2009



“ - da próxima vez que for escrever, pensa em mim.”Acho que era a primeira vez que alguém me pedia isso. Já tive pedidos de “escreve pra mim” ,porém, o pedido dela, ninguém havia feito.Mas, me pego a pensar... o que eu vou escrever? O que se pode escrever para alguém que só viu uma única vez?

Eu procuro a resposta.

Ela é uma garota que está amadurecendo, não sei se da forma que deve ser – se é que existe uma forma pré estabelecida para isso, contudo, ela parece saber o que quer. Suas palavras, indagações, as fotos que tira e as encrencas que se mete entregam isso. Ela parece prometer muito, não somente pra si, todavia, para quem a cerca. Não, ela não é daquelas que é cercada por uma multidão. Deve conseguir contar suas amigas com uma única mão – ou não. Eu pouco sei sobre ela.

Olhando bem para uma foto sua – esta, poucas pessoas conhecem, por uma de suas encrencas ela caiu na net, eu percebo o quão ela é linda. Ela tem uma pele simplesmente suave e macia como pêssegos ainda prestes a ser colhidos. Eu me recordo da vez que nos tocamos. Ela ainda estava um pouco molhada, havia passado o dia na piscina, não sei. Estava apressada, alguém a esperava. Quem? Nunca tive coragem de perguntar. Nossas conversas são raras e limitadas, nossos cumprimentos são diários. E, quando a gente se pega pra conversar sempre rola um desabafo. Além de tudo, somos confidentes. Ela parece ter as palavras certas e me faz acreditar em mim mesmo. Eu receio – e muito em perguntar. Gostaria de saber qual creme ela passou antes de deitar e a cor da sua calcinha, se é que há alguma por baixo de seu baby doll( se é que há este) qual seu filme preferido e o que ela gosta de fazer quando está sozinha.Eu a imagino de mini saia e blusinha vindo me visitar, ou até mesmo cruzando com ela num supermercado e vê-la vestida assim.Ás vezes dá vontade de ligar para ela só pra ouvir sua voz e desejar uma boa noite. Ela não sabe, mas já tive sonhos com ela. Bem safados, por sinal.O que eu sei é o que talvez ela também não saiba. Se existe essa mulher dentro dessa menina.Ou se é somente uma menina tentando ser mulher.

A única coisa que realmente me importa é se ela é real ou apenas fruto de minha imaginação, só.

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Rubian Calixto – às 00.47h numa madrugada de 4ª feira, bem imaginária.