quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
um dia triste de fevereiro de 2011.
“Chuck, apesar de todos esses conflitos, nosso ‘gossip world’ está conservado! Assinado, B.” recebi uma sms que dizia isso após regressar ao país, porém, jamais regressei ao meu lugar. Eu não estou onde estava e estou certo de que a minha vida jamais será uma constante. Alguém me ensinou isso. Lágrimas são latentes, porém a lembrança surge a todo instante. Essa não é hora de procurar respostas e/ou buscar novas perguntas. O entendimento não chegou aqui, a tristeza sim e ela é forte, ela enfeitou minha alma como alguém que preparava a casa para me receber. As louças lavadas sob a pia e os ingredientes da receita que seria proveniente do humor ou do tédio me davam a certeza de que meus dias tinham nome ao seu lado, meu peixe tinha nome, meu chinelo, os automóveis que trafegavam entre nós tinham nome. Tudo dado por nós. Recordo-me com fervor ‘o dia vermelho’, você ganhava não apenas um canudo, mas, uma noite fascinante. Sentei à mesa junto a sua família, uma honra. A pista de dança virou uma cama onde passamos a noite sendo seus escravos, dançando sem parar munidos a champanhe, sorrisos e – claro, nossas fofocas. Há quem diga que falávamos de quem estava perto, todavia, ninguém sabia que o vestido da tia do fulano da sua sala não nos agradava e resolvemos dar nome ao vestido. Assim como nomeávamos emoções e presenteávamos desconhecidos. Era excitante. Lembro-me certa vez em que fomos comprar ingredientes para uma de nossas receitas e a mulher veio falar da filha que estava morando na Flórida e bla bla bla... e antes que ela terminasse você disse: “- Nós estamos partindo amanhã para a Flórida nossos pais já estão lá e compraram nossas passagens.” A mulher ficou louca e quis chamar a filha para nos dar dicas sobre a viagem. Você retrucou dizendo: “ – é a terceira vez – só esse ano – que vamos à Flórida!” E voltamos com o açúcar e a margarina, reclamando que a ‘vendinha’ da senhora era muito ‘pobre’ para ela sustentar uma filha na Flórida. E sorrimos. E cozinhamos. Foram tantas nossas aventuras, tantas! E muitas estavam por vir.
Minha ligação a você não se deveu a uma simples apresentação numa noite infindável de 2008, foi algo sobre natural. Não arrisco em tentar explicar. A única coisa que carrego é a certeza de que ao seu lado a felicidade sempre me visitava. E agora estou aqui, fazendo sala para a tristeza que me assola. O que aconteceu com o mundo? Qual o motivo de tantas catástrofes? Parece que alguém abriu um buraco no meu peito, me feriu, apunhalou e olhou nos meus olhos dizendo: ‘seu orgulho te trouxe aqui. ’ Eu queria voltar o tempo, queria atender sua ligação, queria dizer que comprei chá de lichia para tomarmos no jardim. Contudo, achei melhor ficar distante e confiar no tempo. E olha o que ele fez comigo!!! B, Vê! Não vou procurar culpados nem vou me mutilar – você não gostaria disso. Quero consolo, quero acreditar, quero aceitar... quero te encontrar.
Você se foi e não faço ideia de onde você esteja, porém, sei que estás bem. Você sabe procurar a felicidade e o melhor de tudo: você me ensinou a fazer o mesmo.
Rubian Calixto – com lágrimas, dedicado.
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