Tô tentando fazer uma retrospectiva
do meu mundo.
Quantos acontecimentos para um
ano tão turbulento, céus!
Parei de adiar ou retardar minha
felicidade e me joguei. Mergulhei, afundei .
Afundei-me nos mais diversos
mundos. O bom que minha memória congestionada dá espaço às lembranças de forma
plácida.
Não fiz esforço para atrair ou
surpreender ninguém. Não malhei, não passei a freqüentar aulas de esgrima,
flauta doce ou praticar um idioma incomum. Fui eu o tempo inteiro. Óbvio que
com uma carga maior de cada experiência/vivência outrora adquirida. Fui
comedido algumas vezes, todavia, permissão sempre foi meu lema e por muitas
vezes dancei junto. E quando me perdi, olhei pra trás e voltei. Voltei por medo
de me perder meio a tantas controvérsias de mundos túrbidos.
Fui surpreendido muitas vezes.
Alguém se aproximou de mim parecendo ser uma pessoa simples, humilde e batalhadora.
Porém, na primeira oportunidade que teve, foi me buscar em casa dirigindo Land
Rover e levou-me a uma casa de milhões de reais. Há quem tentou me surpreender
de outra forma. Quando soube que eu era aficionado por literatura e artes, recitou
poesias e colocou músicas que nem conhecia para eu ouvir - achei no mínimo de
boa intenção. Fora isso, nada mais.
Houve também quem ostentou
querendo pagar a conta de tudo e quebrou a cara quando dei logo um basta.
Apesar de não ser criado pelo meu pai, tenho uma mãe e um padrasto que podem me
sustentar. Portanto, não estou a venda – apesar de acreditar que todo mundo tem
um preço, porém, o meu não é um jantar de um restaurante caro.
Tiveram também convites de viagens.
Desde uma passagem comprada para São Paulo no meu email até uma reserva em um
hotel fazenda próximo a Machu Picchu.
Também teve um prosélito – essa parte
me levará ao purgatório, certeza. Sem muitos detalhes, apenas lembranças.
Nada disso me convenceu.
Minha vida não é a mesma. Eu não
sou o mesmo. Quem está envolto a mim não é o mesmo. Eu vivo pra alterar as
coisas.
O que eu mais ouvi esse ano foi
que eu era arrogante e comecei a me convencer de que eu era. Só que não. Eu não
sou!
Apenas insisto na minha ideia.
Defendo minha convicção e vou até o fim com minha verdade. Aprendi a apostar no
tempo e observá-lo fazer todo o trabalho. E ele ta fazendo.
Outro dia descobri que ficar por
razões erradas não me deixa ficar por muito tempo.
Comecei a por isso em prática.
Tô voltando a procurar o que é
certo. Talvez eu tenha deixado isso pra trás e só agora tenha enxergado.
Note: eu to olhando para trás.
Rubian Calixto