domingo, 19 de junho de 2016

60 dias com meu bem.

Dia desses, eu sonhei que eu tinha um amor. Um amor daqueles bem bonitos, dos que encontro nas páginas dos livros que folheio e devoro. Amor que emudece, cala. Que sente e te faz pensar. Amor daqueles que se escondem no cinema, que devora seus achismos e planos que te tiram do eixo. 
Era um amor sem falta e além, chegava ao infinito e voltava no mesmo ciclo.
Vestia-se de olhos parcos nas emoções, porém carregava clareza nas palavras, bem como na brancura dos dentes. 
Envolto ao sotaque arrastado por R's, puxei-me para dentro do compasso e enfeitei um jardim. Enfeitei-me de begônias amarelas e pétalas brancas, e, posterior a isso, me blindei como quem põe um "dente de leão" na lapela de um terno. Me senti fragilizado, amedrontado e até um pouco inseguro. 
Nesse sonho eu enxugava lágrimas, bem como sentia o salgado sabor de mar nos meus lábios. 
Todavia, não me contive em expor, tampouco me opor. A verdade é que a gente sabe quando vale a pena, e, no sonho eu me sentia atônito a  cada ardor, prazer e ao desenvolver das coisas. 
Sentimentos explosivos, o cansaço da mesmice outrora outorgado e o viés do fracasso sempre ali nos direcionando para longe do fim. 
O sonho me fez pensar que - pela rapidez das coisas, mais parecia um raio e não amor. 
Por sorte, já são 1h39 do dia dezenove e não há raios por aqui.
Ao todo, hoje são 60 dias em que esse sonho se repete, esteja eu de olhos fechados ou não. 

Rubian Calixto - dedicado

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

eram somente orquídeas.


Os lírios brancos que aqui me encaram eram teus, bem como meus beijos e afagos para demonstrar a ânsia que tua ausência me desperta.
Tá tudo azul escuro quase preto agora. Embora o roxo tenha visitado a paleta de cores que troquei pelos meus sentimentos.
Tu - quando chegastes ao café, vestindo preto e um sorriso amistoso, trouxe um verde da cor da garrafa da cerveja que eu tomava apressado e que me brotou esperança nos olhos e afago n’alma, feito um amarelo que inebria e cura.
Desfiz-me de tudo em um diálogo, e , quando notei, os pudores tinham se esvaído junto ao luar daquela noite. O prateado das estrelas – embora houvesse poucas no céu negro, fizeram-me querer você de novo, por perto e ainda mais perto.
Dos dias que estivemos juntos, já descobrimos tantas coisas e cores. Preto, prata, azul, roxo, verde, laranja e anil, passando por diferenças, intrigas e até um comportamento hostil.
Regamos com cuidado, pusemos chachim, podamos com carinho e junto ao adubo que evidencia nosso querer, construímos aos poucos talvez um jardim.
Então veio um jasmim, lilás, cor de rosa e pôs mais cor e vida nessa explosão de descobertas, porém, assim como as relações, ela precisa de cuidado, carinho e atenção.

Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim e continuo te desejando no mais são dos meus delírios.


Rubian Calixto 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013



" A vida é mesmo intrusa! " - repensei pela enésima vez.


Rubian Calixto - 21/08/2013

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012


Tô tentando fazer uma retrospectiva do meu mundo.
Quantos acontecimentos para um ano tão turbulento, céus!
Parei de adiar ou retardar minha felicidade e me joguei. Mergulhei, afundei .
Afundei-me nos mais diversos mundos. O bom que minha memória congestionada dá espaço às lembranças de forma plácida.
Não fiz esforço para atrair ou surpreender ninguém. Não malhei, não passei a freqüentar aulas de esgrima, flauta doce ou praticar um idioma incomum. Fui eu o tempo inteiro. Óbvio que com uma carga maior de cada experiência/vivência outrora adquirida. Fui comedido algumas vezes, todavia, permissão sempre foi meu lema e por muitas vezes dancei junto. E quando me perdi, olhei pra trás e voltei. Voltei por medo de me perder meio a tantas controvérsias de mundos túrbidos.
Fui surpreendido muitas vezes. Alguém se aproximou de mim parecendo ser uma pessoa simples, humilde e batalhadora. Porém, na primeira oportunidade que teve, foi me buscar em casa dirigindo Land Rover e levou-me a uma casa de milhões de reais. Há quem tentou me surpreender de outra forma. Quando soube que eu era aficionado por literatura e artes, recitou poesias e colocou músicas que nem conhecia para eu ouvir - achei no mínimo de boa intenção. Fora isso, nada mais.
Houve também quem ostentou querendo pagar a conta de tudo e quebrou a cara quando dei logo um basta. Apesar de não ser criado pelo meu pai, tenho uma mãe e um padrasto que podem me sustentar. Portanto, não estou a venda – apesar de acreditar que todo mundo tem um preço, porém, o meu não é um jantar de um restaurante caro.
Tiveram também convites de viagens. Desde uma passagem comprada para São Paulo no meu email até uma reserva em um hotel fazenda próximo a Machu Picchu.
Também teve um prosélito – essa parte me levará ao purgatório, certeza. Sem muitos detalhes, apenas lembranças.

Nada disso me convenceu.

Minha vida não é a mesma. Eu não sou o mesmo. Quem está envolto a mim não é o mesmo. Eu vivo pra alterar as coisas.
O que eu mais ouvi esse ano foi que eu era arrogante e comecei a me convencer de que eu era. Só que não. Eu não sou!
Apenas insisto na minha ideia. Defendo minha convicção e vou até o fim com minha verdade. Aprendi a apostar no tempo e observá-lo fazer todo o trabalho. E ele ta fazendo.
Outro dia descobri que ficar por razões erradas não me deixa ficar por muito tempo.
Comecei a por isso em prática.

Tô voltando a procurar o que é certo. Talvez eu tenha deixado isso pra trás e só agora tenha enxergado.
Note: eu to olhando para trás.

Rubian Calixto

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A vontade de escrever brotou. Brotou assim: sem-mais-nem-menos. Tava aqui ouvindo uma música entoada pela linda voz do meu querido Jason Mraz que diz “ Ok go, go hang your heart on, any tree, You can make yourself available to anybody,”. Achei pertinente me encontrar meio aos versos. Aliás, tenho me encontrado em muitas coisas. Tentar ser atleta é uma delas. Nadar, correr e dedicar tempo ao tênis tem sido como um banho daqueles após um dia de muito sol e cansaço, sabe? Tipo um banho que lava até a alma. Ler sempre será meu refúgio, fuga, caminho. Afinal, encontrar-me nas palavras não é tão difícil. Caio, Mr. Woolf e até mesmo Clarice estão sempre expondo meu pensar. Ora, mais que ligação essa nossa! Estar entre amigos sempre é bom. Melhor ainda é poder escolher com a alma àqueles que vão verdadeiramente te acompanhar. Pois não é que a maturidade ocasiona isso?!
Pois bem.
Ando aprendendo que com o passar do tempo me torno cada vez mais asco, teimoso e muito muito muito exigente – sou também inflexível às vezes, porém, há sempre alguém trazendo brilho para dentro dos meus olhos. Passei um malha, ou até mesmo varri alguma pessoas – como diz Adélia Prado. Varri para baixo do tapete, algumas para fora de casa e para bem longe da minha vida. O que é importante e verdadeiro permanece – sempre foi e será assim. Satisfeito no trabalho, meu âmbito familiar é perfeito – embora a ausência do meu irmão que está muito bem casado.Meu convívio mais próximo da minha mãe e minhas dificuldades sempre apoiadas pela mesma. .Sinto que 2012 foi um ano que me desafiou. Mudanças, muitas mudanças! Perdi meu herói aqui na terra, porém, sei que lá de cima meu vovô ta cuidado de mim, afinal, não é fácil quando você sabe que tudo o que algumas pessoas querem é destruir você, seu nome, seu legado. Lamento muito pelo amor não perpassar determinadas almas. Lamento que a dor de perder algo seja superior a qualquer sentimento que venha ocupar o espaço que outrora foi de alguém.
- Sem muitas metáforas ,por favor, Rubian Calixto.
Mais um ano longe de drogas - seja rivotril ou qualquer uma que me faça perder a consciência por muito tempo. Sem apelos sentimentais ou chantagens emocionais vou seguindo, trilhando meus passos em busca de pessoas que estejam comigo pelo que sou e não pelo que eu tenho a oferecê-las. Afinal, quem realmente me conhece sabe o quanto eu repudio tal comportamento. Lamento pela fome, pela guerra e o horror de uma mulher não poder dirigir em um determinado país. Observo que finalmente o egoísmo ta se despedindo de mim e eu me despindo de toda a arrogância que não me fazia enxergar que existem vários tipos de pessoas, inclusive as não saudáveis.
Há doença espalhada no cérebro de algumas. E há quem contamine muitas outras.

 Com afeto, Rubian Calixto

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Do tempo: tempo;
Ao tempo: tempo;
As mentiras: tempo;
As verdades: tempo;
Aos aceites: tempo;
Ao tempo: vida.
E a vida segue...e eu não espero pra ver.

Rubian Calixto

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Bravo!

Passei um tempo escrevendo sobre erros, afinal, sempre achei que erros estão na moda. E pelo visto minha convicção não me abandonou. Sou seguro demais e isso me intriga e me motiva a buscar ingratidões. Soaria masoquista se eu fosse um adepto a dor, mas não, eu não sou. Detesto dor! Detesto senti-la e mais que isso: causá-la. Quantas dores já ruíram meio as minhas atitudes? E minhas palavras, como transgrediram? Talvez lágrimas, talvez riso. Ou a banalidade de um choro. Aquele choro que a gente derrama por não ter o que se quer. Como chama mesmo? Choro inconformado. Ah, é isso. Choro inconformado. Chorei algumas noites, alguns dias, tardes, primaveras. Havia tantos raios de sol e estrelas, porém meu choro impediu-me de ver. Todavia, sorri muito. Da vida, de mim, de ti, de nós, de todos nós. E mesclei. Juntei os mais belos sentimentos em uma tela azul e nela desenhei um céu. E no céu... ah, no céu você sabe. Ele está sempre acima de nós – independente de como esteja. Vezes chuva, vezes raios, trovoadas, nuvens...ah,que belas nuvens que se formam na imensidão azul que é o céu. E as estrelas? As incontáveis estrelas.
Escorpião, Libra . Água , ar. Estavam lá. Contudo, faltava o principal para ilustrar essa tela. Tantas verdades admitidas e mentiras sucumbidas. O tempo passa e as coisas acontecem, aliás, os fatos aparecem e ai o tempo ajuda, não é mesmo? Maldita seja essa ligação que perpassa dois seres. Não consigo atribuir isso a nada. Cadê Deus numa hora dessas? Onde está o tempo, por onde se escondeu o passado? Serão mistérios? De onde eles surgem? Olho pra você e vejo confusão... aquela mesma confusão daquela última conversa, naquela cozinha, naquela casa, naquelas mentiras... as mesmas que você continua ouvindo. As mesmas que ouvi de ti quando dissestes “não há nada entre nós”.
Toda estória merece um desfecho e na sua eu apareço procurando uma onomatopeia que configure palmas, afinal, agora estou de pé te aplaudindo por não ter acreditado em mim – mais uma vez.
 Não merece palmas quem mentiu. As palmas são pra quem acreditou.

  Rubian Calixto – dedicado e desabafado.