domingo, 19 de junho de 2016

60 dias com meu bem.

Dia desses, eu sonhei que eu tinha um amor. Um amor daqueles bem bonitos, dos que encontro nas páginas dos livros que folheio e devoro. Amor que emudece, cala. Que sente e te faz pensar. Amor daqueles que se escondem no cinema, que devora seus achismos e planos que te tiram do eixo. 
Era um amor sem falta e além, chegava ao infinito e voltava no mesmo ciclo.
Vestia-se de olhos parcos nas emoções, porém carregava clareza nas palavras, bem como na brancura dos dentes. 
Envolto ao sotaque arrastado por R's, puxei-me para dentro do compasso e enfeitei um jardim. Enfeitei-me de begônias amarelas e pétalas brancas, e, posterior a isso, me blindei como quem põe um "dente de leão" na lapela de um terno. Me senti fragilizado, amedrontado e até um pouco inseguro. 
Nesse sonho eu enxugava lágrimas, bem como sentia o salgado sabor de mar nos meus lábios. 
Todavia, não me contive em expor, tampouco me opor. A verdade é que a gente sabe quando vale a pena, e, no sonho eu me sentia atônito a  cada ardor, prazer e ao desenvolver das coisas. 
Sentimentos explosivos, o cansaço da mesmice outrora outorgado e o viés do fracasso sempre ali nos direcionando para longe do fim. 
O sonho me fez pensar que - pela rapidez das coisas, mais parecia um raio e não amor. 
Por sorte, já são 1h39 do dia dezenove e não há raios por aqui.
Ao todo, hoje são 60 dias em que esse sonho se repete, esteja eu de olhos fechados ou não. 

Rubian Calixto - dedicado

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