terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

cores, voltem!




Cada vez que eu olhava o relógio, ofuscava em vermelho o passar do tempo. Não era apenas meus olhos que estavam marcados por tal cor. Minha vida estava perdendo todo o colorido que outrora me deixou confuso e fez-me perder dentro de mim. O vermelho estava na minha conta bancária e isso me deixava vermelho de raiva. Desde que o rosa se fora, o laranja que ensolarava meus dias amarelos estava passando tão rápido que eu nem me dava conta. Além do vermelho, eu via muito cinza nas manhãs e isso contribuía para que eu permanecesse na cama até o preto chegar. O azul escuro da noite chegava antes e ia sem que eu ao menos percebesse. Percebi que a esperança do meu verde havia criado lodo. Desesperei-me. Revirei todo o meu quarto, pois lembrava que n’algum lugar havia cores escondidas. Olhei a parede azul desbotada e deixei um sorriso escapar... nesse meio tempo olhei tudo em volta. Lembrei de algumas pessoas, algumas situações, – até as mais constrangedoras – anseios e até meus medos passavam em minha mente naquele instante. Era uma mistura de cores, como se fosse um arco-íris. Eu abri um sorriso e voltei à dormir.

Rubian Calixtoem algum dia após 16 de agosto do último ano.

Um comentário:

Vivi Kate disse...

As cores de nossa vida teimam em nos fazer cegos... Algumas brigam entre si e monopolizam o espaço da outra. O importante mesmo é saber que estão lá... Lembrar é necessário...