segunda-feira, 15 de março de 2010

15 de machucado de 2010.



Hoje eu acordei à força. A sensação que me dá é que estou com um vazio, talvez seja fome, pois, a mesma tem passado com menos frequência por mim. Já nem sinto mais tanta vontade assim de comer. Por vezes já levantei desta cadeira, fui ao banheiro, me olhei no espelho e tentei acordar, contudo, eu continuo dormindo. O frio faz com que eu me agasalhe e dobre os braços na tentativa de me aquecer um pouco. Não é o suficiente. Chego à conclusão de que hoje eu preciso é de um abraço. E não é qualquer abraço. É um abraço daqueles, do tipo que conforta, sabe?
Eu conheço alguém que possui esse abraço. E, por muitas vezes já me presenteou com um ou até vários. Esse abraço teve o poder de me fazer acreditar que ainda há vida pulsando em minhas veias e que eu posso ser melhor que ontem. Esse abraço já me acolheu não só em seus braços, mas em seu quarto bagunçado e em sua vida. Esse abraço já esteve comigo em alguns lugares, inclusive em um de meus verões – um dos mais inesquecíveis - arrisco em dizer - ganhei esse abraço na chuva, quando estive suado de tanto correr, numa manhã de domingo acordando junto a um bafo que só a intimidade pode te causar. Era legal receber esse abraço na hora do desespero, na ida ou até na volta da faculdade. Ah, me lembro bem das vezes que recebi o abraço como despedida. A gente sempre sentava no banquinho lá embaixo e conversava sem perceber que a hora passava. Sempre foi interessante ouvir tantas lamentações, reclamações e até suas ações. Ele era um louco pensador. Assim eu o defino hoje. Poxa! Como eu me sinto nostálgico hoje. Foi uma sensação de melancolia que me invadiu o peito e me deixou assim, com saudade. Puta que pariu! Logo agora? Você realmente precisa ir agora? Eu lamento tantas coisas, por coisas que deixamos de viver, pelos planos que não saíram do papel. Em contra partida, há uma sensação de alívio. É algo bom que invade meu peito e me diz que vivemos o suficiente para entender o valor de uma amizade. Não, nós não fazemos o tipo de 2ª à 6ª feira. Um dia da semana era o suficiente, às vezes chegava a ser dois ou até mais e às vezes, até nenhum. Porém, isso nunca nos fez menos amigos. Seu abraço sempre esteve ali, disponível a mim, como um amuleto, como um norteador, como algo que cura. Talvez você nem saiba cara, mas você tem o poder de cativar as pessoas, na sua inocência, sua simplicidade e seu humanismo. Talvez você desconheça o carinho que eu sinto por você – não por eu ter escondido – mas sim pelo tempo que nos afasta de vez em quando – infelizmente, hoje não teremos só nossas agendas divergentes, nem anseios diferentes, nem baladas diferentes e amigos diferentes, hoje, teremos também a distância. Estaremos em raios diferentes. Eu só espero – e prometo – que, no que depender de mim, isso vai ser pequeno diante ao carinho, respeito e amor que sentimos um pelo outro. Desejo-te de coração que você seja feliz, tomando chá, de óculos vermelho, e com doces, vários doces, pois o amargo da sua vida, ele, com certeza já passou.

Boa vida, meu caro amigo do abraço!

Rubian Calixto - dedicado.

2 comentários:

Nary disse...

Ain Bian,
fiquei com um nó na garganta tão grande depois de ter lido isso.
Vou sentir muita falta de André tbm, mas vai ser uma ótima guinada na vida dele =)
Bjos

Vivi Kate disse...

E pensar que o efeito de um abraço pode ser tão abrangente...
"Uma coisa que se dá e recebe ao mesmo tempo e que não custa nada"