sexta-feira, 25 de junho de 2010

; o vento


Ultimamente tenho notado o quanto o calendário oscila. É incrível riscar um dia a cada volta pra casa, entretanto, sei que meu dia não acaba após o fim do expediente de trabalho. Demorei a perceber que algumas vezes na semana eu tenho obrigações, assim, tentei me afugentar de algumas, contudo, não consegui. Peguei o caderno da minha história e tomei as rédeas que outrora estavam perdidas. E, nesse intermédio descobri que não adianta insistir: o tempo é só um autor de mudanças. E, - mais uma vez – lá vou eu pintar minha história. Fico estupefato com a revolução que isso causou. Algumas pessoas não perceberam que a vida não é uma constante. Ninguém é obrigado a aceitar as situações que lhe ocorrem, exatamente por isso existem escolhas e eu bem me lembro do quanto uma escolha pode mudar tudo, ou nada. Não pertenço a um grupo, nem religião, nem obrigação alguma que me faça fingir ser aquilo que não sou, e, depois de tanto tempo, da pré-adolescência, adolescência, conturbações e de adquirir responsabilidade, ainda sou o mesmo, todavia, acarretei experiência em tudo que passei e somei isso a minha vontade inacabada de mudar. Sobretudo, ainda não consigo entender algumas coisas. Ainda há confusão em minha mente, assim como medo, dúvidas e anseios, porém, talvez divulgar isso não seja necessário – não mais. E, não cabe a absolutamente ninguém entender minhas relações, reações e o motivo pelo qual meu sorriso tem brilhado mais forte. São particularidades e a gente demora a entender isso. Prefiro o anonimato, desse que deixa um frio na barriga quando você atende a uma ligação ou sai para um lugar que achava nem existir. Ainda há muito por fazer por aqui, as decepções virão e talvez eu tenha um escudo, mas, como todo mundo – e qualquer coisa, tudo tem seu lado fraco. Sempre haverá mudança, é assim que age o tempo. Porém, assim como os que buscam mudanças e aliam-se ao tempo, há aqueles que esperam pela mudança. Aqueles que estão à margem, no isolamento, pessoas que são impostas as mudanças, não por querer mudar, mas sim, por não aceitar as mudanças que giraram em torno de si. Egocentrismo? Sei lá. Hoje, tendo uma visão macro da coisa, estabeleço outro pensamento e sinto desprezo por isso, talvez seja uma sensibilidade latente, uma carência. Meus olhos se encharcam. Não consigo mais sentir o amargo do arrependimento. E, não sei até quando isso vai durar. Não é simplesmente achar que o tempo não se encarrega de matar desejos, e sim substituir personagens, não é achar que algo é errado ou agregar um passado próximo aos fatos. É como se eximir da culpa e simplesmente jogar nas massas de ar que saem para formar ventos e possíveis vendavais. A vida é tão mais incrível olhada por esse lado, da escuridão de um quarto frio que me faz calçar meias para dormir e esquecer que a cama na qual eu estou não é a minha.
Não sei se aprendi, apenas sei que o vento balançou por esse lado e me mostrou que assim como as bebidas, as pessoas também não devem ser misturadas.


Rubian Calixtoàs 17h43 de uma sexta feira. Com tempo, tudo passa.

5 comentários:

Camille Suellen disse...

Rubian, é um privilégio ler o que você escreve, refletir através de sua introspecção e profundidade...!
Agradeço muitíssimo o comentário no meu blog, e espero que o tempo passe renovando toda luz!

luiz caju disse...

^^

Vivi Kate disse...
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A. Paula disse...

"Algumas pessoas não perceberam que a vida não é uma constante."

Eu era uma delas... Até que o grande insight chegou. Isso é tão bom! =D

Vivi Kate disse...

Sabemos que as escolhas que fazemos nos afetam de maneiras diferentes. Não se pode evitar a entrada de pessoas na nossa vida. Mas podemos escolher não deixá-las afetar-nos mesmo quando parece impossível. Manter uma mente aberta e um coração livre de mágoas ajuda bastante. Comigo tem funcionado. Cheiro!