Enquanto tomava seu café da manhã sentada na mesa, Caterine observava pela janela as gotas finas da chuva que caia. Ela sentia-se um pouco tonta. Enquanto ela enchia sua xícara de chocolate quente, ouvira um grito. – Amor, cadê minha gravata? – era Armando que se perdera em sua própria bagunça e não conseguia encontrar, sequer sua gravata. Era uma terça-feira e ambos estavam se preparando pára ir pro trabalho. Caterine trabalha na redação de um jornal, já Armando, trabalha em uma construtora como arquiteto. Faziam três anos que tinham um relacionamento, contudo, somente um ano de casados. Era um casal feliz, tinham uma vida “pacata”, mas, nada tirava o sorriso, a alegria e a vontade de estarem juntos. Existiam algumas divergências, como qualquer outro casal, existia um passado, que, pára Caterine, era até frustrante lembrar. Caterine, hoje com 26 anos, fugira aos 15 com uma garota que se envolvera de modo homossexual. Sim, nesse período, ela vivia um conflito, um dilema, pois achava que tinha nascido diferente por sentir atração por meninas. Contudo, aos 20 anos, Caterine percebeu que isso tinha sido somente uma fase de sua vida, uma louca fase – como ela mesma dizia. Antes de conhecer Armando, Caterine morou com um cara com quem teve um filho, que fora perdido como aborto espontâneo. O sonho de Caterine era dar um filho a Armando, pois, o mesmo era louco por crianças. E, a faria feliz ter um filho do homem da vida dela. E, ela era segura de que Armando sabia de tudo isso.
Armando teve uma adolescência tranqüila, morou nos EUA, estudou nas melhores escolas e se formou na melhor faculdade, hoje, formado em Arquitetura, ele só quer crescer, mais e mais. Com 25 anos ele diz que ainda não viveu nem metade do que pretende. Armando é um cara aventureiro, divertido e atrapalhado, mas, é no fundo no fundo um grande homem. Tem um amor pela natureza, por motos, carros e aviões. Um mês após terminar seu noivado de 1ano e meio, Armando conheceu Caterine. Com quem faz planos futuros.
Caterine, formada em Letras, tem fome de escrever, tem um gosto sutil pelo que lhe é prazeroso. Ama comida chinesa, moda e DVD’s, adora seriados e coleciona papeizinhos de biscoitos da sorte.
Achada a gravata, seguiu pára cozinha, aonde, sentada, encontra-se Caterine, terminando seu café da manhã. Armando toma sua xícara de café, põe comida pára seus peixes, e, ambos seguem para a garagem. Entrando no carro, Caterine põe “Beatles” pra tocar,e, felizes eles vão cantando Sgt. Peppers. O jornal que Caterine trabalha fica a um quarteirão depois da construtora em que Armando trabalha, então, ele fica no trabalho e ela segue dirigindo. Para Caterine, era chato ter que dividir o carro com Armando, no entanto, ela nunca falou isso pra ele. Pois, assim, ele iria de moto para o trabalho, e, toda vez que ele sai na moto, ela fica aflita, muito aflita. O irmão mais velho dela morreu em um acidente de moto, isso deve ao fato de todo o medo de moto. Ela detesta andar de moto. Contam-se nos dedos às vezes em que os dois saíram na mesma.
Caterine sempre saíra mais cedo que Armando, por isso passava pela construtora para apanhá-lo. Só que, nessa terça-feira, ela fora avisada de uma reunião e, que ficaria até umas 20h no jornal. Ligou pra Armando e o comunicou. E disse que quando ela chegasse eles iam sair pra jantar.
Ele assentiu e disse: - volto de ônibus pra casa, não tem problema. Ela pediu pra ele tomar cuidado com a chuva. E, assim o fez.
Chegando a casa, por volta das 19h a chuva estava cessando, porém, não tinha parado por completo. Armando foi até a cozinha e pensou em fazer algo para o jantar, abriu a geladeira, fuçou os armários, porém, não encontrou nada. Pensou em algo diferente, pensou em ir comprar o jantar deles. Foi daí que surgiu a idéia de ir de moto, pois, era mais prático e rápido. Preparou a mesa, pôs velas, acendeu um incenso, vestiu a capa de chuva e seguiu para o restaurante que ficava no mesmo itinerário do lugar que Caterine estava só que o restaurante são alguns metros antes. Chegou ao restaurante, montou os pratos, colocou tudo o que Caterine adora e, claro, seu biscoitinho da sorte. Tudo dentro de uma sacola, Armando sobe na moto e segue para casa. No meio do trajeto a chuva começa a engrossar de forma grotesca. Ele começa a enxergar mal, pois seus óculos estavam ultra molhados. Parado em um semáforo que conseguiu enxergar o vermelho, Armando olha para o relógio, são 20.10h Caterine, com certeza já estava a caminho de casa, e, talvez chegasse até antes dele. Quando olhou pra trás, viu o carro e percebeu que Caterine já estava voltando pra casa. Ele não admitiu e acelerou ainda mais a moto. As gotas d’água pareciam pedras atiradas em seu corpo, só que ele acelerava cada vez mais. Até que chegou em um semáforo que estava vermelho só que não havia ninguém parado, nenhum carro, nem moto, nem nada. Armando foi por dedução e pensou que o sinal estivesse aberto e, atravessou. Conseguiu passar numa boa e foi acelerando cada vez mais. Chegando a outro sinal, aonde aconteceu à mesma coisa, ele, pensou estar aberto, só que, na hora de ultrapassar o cruzamento, sentiu seu corpo invadido por um peso muito grande, era uma caminhonete que batera em sua moto, levando e empurrando seu corpo pra longe. Caído no chão, do lado da moto, estava Armando com fraturas expostas sem capacete e segurando uma sacola rasgada contida de comida chinesa que fora derramada sob o asfalto. Próximo à mão esquerda de Armando estava o “biscoitinho da sorte”. O trânsito começou a parar e os curiosos passaram a se aproximar do corpo. De repente, Caterine vai passando próximo, quando se aproxima mais, percebe que ali, no chão, estava o seu amor, alguém que dividiu com ela tristezas e alegrias, alguém que ela tinha planos. Gritos desesperados foram só o que ela conseguiu soltar. Quando ficou do lado de Armando, viu a comida, viu o “biscoitinho da sorte”. Com os olhos cheios de lágrimas Caterine se desafiou, abriu o biscoitinho chorando e olhando pra Armando que estava deformado. Dentro do biscoito estava o papelzinho, e, nele dizia: “Seu grande amor te deixará um grande presente”.
Um mês após a morte de Armando.
Caterine descobriu que esperava um filho dele.
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Eu confesso que estava com saudade de sentar e escrever, o que quer que fosse, e, hoje eu resolvi fazê-lo.
Ah, são tantos os meus pensamentos. Estou em casa no momento. Não fui trabalhar, pois a tal “virose” me pegou. Estou muito mau, meu corpo dói muito, meus olhos ardem, é horrível, nossa que sensação terrível. Eu odeio ficar doente, quem me conhece sabe,e, o pior de tudo são as drogas que tenho que usar pra ver se melhoro. Detesto remédios.
Eu espero que surja algum efeito e que eu fique bem logo. Não fui pra faculdade ontem, não fui trabalhar hoje e acho que não vou pra faculdade não. Não agüento!
Minha vida parece que estar entrando nos eixos, ou, definitivamente ela saiu dos eixos.
O que eu sei é que estou bem comigo mesmo, e, é isso que me importa. E você está comigo. (L)
Galera, existe uma comunidade no orkut chamada SOCIEDADE DOS POETAS VIVOS, lá é um barato. Pessoal bem maduro que escreve sem pena, sem dó, escreve por amar, por prazer...
Comunidade com fundamento. E eu, membro efetivo, é lógico. =]
A convite da minha querida ex professora Ana Kátia, a qual eu tenho um carinho muito grande.
Kleber, meu caro, você tem passado aqui com que frequência?
Nem deixa comentário,né? Hum!
Hoje é o show da Roberta Sá,e, eu não vou!
Vai ter Mª Rita e eu não vou!
Vai ter Eskimo e eu também não vou!
Vai ter Vanessa da Mata e eu também não vou!
=(
Que triste tudo isso.
Mas, eu decretei férias.
Eu espero que alguém tenha gostado do meu conto.
Bem, eu espero.
Eu, particularmente gostei!
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Abraços a todos,
Rubian Calixto